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segunda-feira, 21 de julho de 2014

As Aventuras de Huckleberry Finn

Título: As Aventuras de Huckleberry Finn
Autor: Mark Twain
Editora: Publicações Europa-América

Sinopse:
Este livro pode ser interpretado como uma simples história sobre as aventuras de um rapaz no Vale do Mississípi durante a segunda metade do século XIX. Mas a diversidade da experiência humana e as situações humorísticas e dilacerantes por que passa Huck fazem dele uma obra ímpar.
No meio dos mais diversos episódios a solidão faz com que Huck receie não fazer parte do mundo. Mas a solidão é-lhe necessária para sentir a liberdade ou pelo menos, usando a expressão de H. Bloom, «para não renunciar ao desejo de uma permanente imagem de liberdade».

Opinião:
"As Aventuras de Tom Sawyer" foi um dos meus livros preferidos do ano passado e Huckleberry Finn prepara-se para entrar no top deste ano.
Mesmo achando que já conhecia a história de ambos os jovens, de tantas adaptações televisivas a que assisti, os livros são realmente a única forma de imortalizar estas personagens. Se no volume prévio Mark Twain se foca mais nos assuntos da cidade, a viagem de Huck Finn leva-o muito mais longe, tanto geograficamente como na exploração dos valores vigentes na sociedade americana do século XIX.
Com um sentido de humor ímpar, Twain explora o sempre complicado assunto do racismo. Mantendo todas as críticas na cabeça de Huck, parece-me que as palavras atingem mais fundo. Quando, por exemplo, Huck diz que não sabia que os pretos podiam sofrer, percebe-se o quão intrínseco e arreigados eram os valores (ou falta deles) na sociedade.

É com toda esta mestria que Mark Twain escreveu um dos maiores clássicos da literatura mundial, usando apenas a cabeça e as palavras de crianças.
Incontornável, inesquecível e imortal.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Médico e o Monstro

Título: O Médico e o Monstro
Autor: Robert L. Stevenson
Editora: Publicações Europa-América

Sinopse:
O Médico e o Monstro continua a ser uma obra cujo interesse parece inesgotável (quer em livro quer em filme), e, se o tema é eterno – os pólos opostos que dividem a alma humana, a luta entre o seu lado bom e o seu lado mau - , não há dúvida de que Stevenson conseguiu retratá-lo admiravelmente.
A presente obra apresenta-nos o Dr. Jekyll, um médico que descobriu como o homem pode transformar-se num outro ser com o poder de maximizar a capacidade de praticar o mal, latente em todos os humanos. Mas também é possível ao monstro voltar a ser o homem original, dotado da faculdade de se arrepender e de um sincera vontade de fazer o bem. Porém, o impulso para o crime acaba sempre por vir à superfície, e o monstruoso e satânico Mr. Hyde chega a dominar o amável Dr. Jekyll, até que se atinge o ponto da ruptura nesta dualidade…

Opinião:
Este é um daqueles clássicos que de tanto vermos adaptações sob a forma de filme, banda desenhada, desenhos animados, acabamos por ir adiando a leitura, pensando que nada trará de novo. Um grande erro! Se Mr. Hyde é uma (ou duas) das personagens mais memoráveis da literatura mundial, isso deve-se à genialidade dos seus criadores, o autor e Dr. Jekyll. Portanto, não há outra forma de o conhecer melhor do que pelas imortais palavras de Robert L. Stevenson.
A ideia por trás da história é curiosamente simples, mas espantosamente intrigante. Um bondoso médico arranja forma de se transformar num indivíduo completamente diferente, trazendo apenas à superfície aquilo que de negro encerra dentro de si. Assim, nasce o Monstro, com forma humana, mas completamente desprovido dos valores que nos permitem viver pacificamente em sociedade.
O relato não é linear, e vamo-nos apercebendo da história pelo relato espaçado de testemunhos. Só no fim conseguimos atar todas as pontas. Apesar de já ter sido há muitos anos, tenho ideia de que "A Ilha do Tesouro" também vai deixando soltar os seus segredos aos poucos. 

Um estilo semelhante em duas histórias tão distintas e irremediavelmente imortais, mostram a razão de Robert Louis Stevenson ser um dos autores mais perenes no tempo e no espaço.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Oliver Twist

Título: Oliver Twist
Autor: Charles Dickens
Editora: Publicações Europa-América

Sinopse:
Obra maior de Charles Dickens, Oliver Twist destaca-se pelo seu realismo, retratando pela primeira vez a rudez dos gangs londrinos, até então descritos com glamour e romantismo. Realça a vida de escravatura das crianças de rua e um submundo paralelo ao mundo imperial da Grã-Bretanha.
Ladrões, assassinos, mentes perversas, prostitutas, a dureza da vida na sarjeta num mundo sem esperança povoam o universo de Oliver Twist, o órfão que personifica a resistência ao sofrimento à corrupção e à luta pela vida que faz dele um verdadeiro sobrevivente. Diversas vezes adaptado ao cinema e à televisão, Oliver Twist tem agora uma nova versão cinematográfica pela mão do mestre Roman Polanski. 

Opinião:
Há várias razões para todos conhecerem o nome "Oliver Twist", mais ainda para todos conhecerem Charles Dickens; e serão provavelmente as mesmas que tornaram este título num clássico, a caminho do segundo centenário de publicação! Em seguida, passarei a enunciá-las...
Antes, um pouco da história. Oliver Twist nasce condenado à miséria e aos maus-tratos, após a morte da mãe na altura do seu nascimento. Qualquer fuga aparente deste género de vida, qualquer raio de esperança, empurra-o para o mundo da criminalidade, com a forca a surgir no horizonte. A luta por manter o seu lado bom e agarrar-se a um salvador domina a narrativa.
Voltando às razões: Dickens escreve maravilhosamente, uma escrita adornada, estética, cumprindo o propósito na perfeição, como uma cadeira antiga, trabalhada à mão, que sobreviverá muito para além do plástico. Descreve, com elegância, todas as deselegâncias da época, da miséria e da vida nas sombras e é tão primoroso na violência como na ternura.
Conseguimos, facilmente, transportar a marginalidade para os dias de hoje e manter os pontos morais da obra como actuais. Durante os momentos de pausa da leitura, darão por vocês a imaginar como será o destino de Oliver, mas deixarão que a leitura seja saboreada com calma e que perdure o mais possível.

Intemporal, com todos os ingredientes de um clássico, já que as receitas de muitos outros foram inspiradas neste...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Roubo do Elefante Branco

Título: O Roubo do Elefante Branco e Outras Histórias
Autor: Mark Twain
Editora: Publicações Europa-América

Sinopse:
O Roubo do Elefante Branco, originalmente um conto publicado em 1882, narra a história peculiar de Hassan Bem Selim Ebu Bhidpoor, um elefante branco que percorre o longo caminho que separa a Índia da Inglaterra.
Quando a corpulenta oferende do rei do Sião à monarca inglesa desaparece em Nova Jérsia, resta ao inspector nova-iorquino Blunt e às suas forças policiais descobrir o paradeiro do infeliz Hassan.

Opinião:
Este ano completam-se 100 anos sobre a morte de Mark Twain e, por cá, as Publicações Europa-América, têm investido em reedições e relançamentos dos clássicos "As Aventuras de Tom Sawyer" e "As Aventuras de Huckleberr Finn", para além deste conjunto de pequenos contos, iniciado pel'"O Roubo do Elefante Branco".
O primeiro conto, que empresta o nome ao livro, é espelho daquilo que me atraiu na escrita de Mark Twain. Crítica social sarcástica e mordaz, escrita com humor clássico e cheio de classe! Podem pensar que não, mas garanto-vos que as pessoas do século XIX também se riam! Especialmente, se tivessem o bom senso de ler Mark Twain. 
"O Roubo do Elefante Branco" caricaturiza em finos traços a imagem do investigador que surgia naqueles tempos, nas dezenas de policiais publicados. Os outros contos são bastante variados, todos repletos do mesmo delicioso sentido de humor e escritos com grande perícia.

Um clássico ideal para alturas de crise, pois acreditem que rir é o melhor remédio!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Retrato

Título: O Retrato
Autor: Nikolai Gógol
Editora: quasi

Sinopse:
O Retrato conta-nos a história de um agiota que, prestes a morrer, pede a um pintor o seu retrato, de forma a permanecer vivo. Quando o retrato se encontra terminado, o efeito da corrupção e miséria que o agiota tivera sobre as pessoas é, miraculosamente, transposto para a pintura.
Tchartkov, um pintor pobre, jovem e desconhecido, será, anos mais tarde, uma das vítimas do retrato, iniciando uma vida de corrupção, luxos e inutilidades que o conduz à miséria interior.
E à semelhança das personagens deste livro, impelidas à miséria e, mais tarde, à sua introspecção através do retrato, os leitores serão certamente conduzidos à reflexão sobre si mesmos e sobre as suas ambições.
Em O Retrato, o último dos cinco Contos de Petersburgo, o fantástico e o real confundem-se, numa reflexão wildeana sobre arte e vida.

Opinião:
Foi a primeira obra que li de Gógol e parece ser uma boa escoha para estreia, já que se trata de um conto curto, de leitura fácil. Este é um daqueles livros que nos leva, muitas vezes, a pousá-lo e olhar para o tecto pensando em como nos identificamos com o percurso de vida do protagonista.
A mensagem que o livro guarda está muito para além das palavras escritas. Penso que este conto será uma experiência individual e única, dependendo muito de como o leitor olhar para si próprio durante a leitura.
Já agora, deixo a minha experiência pessoal. O que me fica é que o caminho aparentemente mais fácil e mais abastado poderá ser o menos artístico e, no fim de contas, o mais vazio.

Mais um bom exemplo de como não se deve ter medo dos clássicos! Experimentem! Mesmo que não agrade, enriquece!