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sexta-feira, 11 de março de 2011

Nação

Título: Nação
Autor: Terry Pratchett
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
Profunda, mordaz e repleta com o inimitável humor satírico de Terry Pratchett, esta é uma aventura espantosa que, de uma forma muito literal, vira o mundo do avesso.

No dia em que o mundo acaba o jovem Mau vai a caminho de casa, vindo da Ilha dos Rapazes. Em breve, será um homem. É então que chega uma onda enorme, ar rastando atrás de si a noite escura e trazendo também um navio, o Doce Judy. Quando a marcha do navio é travada com estrondo, apenas uma alma sobrevive (ou duas, incluindo o papagaio). A aldeia desapareceu. A Nação, tal como a conhecia, desapareceu. Resta apenas o jovem Mau, que não veste quase nada, uma rapariga dos homens-calças, que veste demasiado, e um monte de mal-entendidos. E também grande quantidade de não-saber-o-que-fazer. Ou lá como se diz. Juntos, deverão construir uma nova Nação a partir de fragmentos. E construir uma nova história.

Mas...
QUEM GUARDA A NAÇÃO? ONDE ESTÁ A NOSSA CERVEJA? ...a velha história não se limitará a desaparecer pacificamente,pelo menos enquanto os Avôs tiverem voz. E Mau terá de olhar o passado antes de conseguir encarar o futuro.

Opinião:
Sendo (apenas) o segundo livro de Terry Pratchett que é alvo de opinião aqui no blogue, sinto-me com espaço para traçar considerações gerais sobre o estilo do autor. Podendo parecer que o público-alvo de "Nação" é a população mais jovem, todo o fino sarcasmo e a ironia velada serão acolhidos com sorrisos e gargalhadas em leitores de qualquer idade.
Pratchett aproveita o cenário isolado que montou para a sua história para nos lembrar que uma "nação" não precisa de símbolos, monumentos ou hierarquias complexas para se intitular assim. Aproveita para nos mostrar como deveria ser a verdadeira democracia, num julgamento brilhantemente improvisado. Aproveita, também, para nos lembrar que, apesar de a História parecer ter sido escrito a partir do Hemisfério Norte, tendo sido derramada como sangue pelo resto do Globo, as tribos do Sul também iam evoluindo os seus conhecimentos, e quem sabe onde teriam chegado se não tivessem sido atropeladas por barcos e canhões europeus.
Além destas analogias com o Mundo, temos muito mais com que nos entreter. Personagens únicas, pintadas com traços coloridos, capazes de urdir os mais brilhantes, simples e profundos diálogos entre si! Temos a luta que Mau trava com a sua própria consciência, duvidando e acreditando alternadamente nos Deuses que conhecia desde a infância.

Um livro recheado de ideias, segundos-sentidos, humor genial e muito movimento, bem ao estilo de Terry Pratchett! Para todos, sem hesitar!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Os Homenzinhos Livres

Título: Os Homenzinhos Livres
Autor: Terry Pratchett
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
A Senhorita Perspicácia Carraça, bruxa de algum renome, preocupa-se com um ondular nas paredes do mundo, uma perturbação centrada em terras de cré, onde não é costume nascerem bruxas de mérito. Mas a pequena Tiffany Dores decide contrariar a tradição porque o seu irritante irmãozinho foi raptado pela rainha das fadas. Ajudada por um sapo falante e por um exército de Homenzinhos Livres ladrões, bêbados e arruaceiros (os Nac Mac Feegles), Tiffany deita mãos à obra.
Opinião:
Apesar de (ainda) não ser instalado no mercado português, Terry Pratchett é um dos autores mais lidos do mundo e "Discworld", o mundo que criou para a maior parte dos seus livros, já deu origem a jogos, bonecos, adaptações televisivas... Conheço bem as aventuras gráficas, que me proporcionaram muitas horas de gargalhadas e reflexão! Em Portugal, salvo erro, alguns dos primeiros títulos de "Discworld" foram publicados há uns anos pela Temas & Debates, apesar de não ter havido grande aposta de marketing.
Foi, para mim, uma das melhores notícias do ano saber que uma das suas obras tinha chegado às mãos da Saída de Emergência! Não será a última, certamente, e espero um maior impacto.
"Os Homenzinhos Livres" é o 30º título de Discworld, com personagens que não tinham surgido anteriormente (não há qualquer dificuldade em acompanhar a história) e é o primeiro dirigido a público um pouco mais jovem.
E porquê tanto sucesso? Porque quando se começa a leitura só conseguimos parar para sorrir ou soltar uma gargalhada! A fina ironia de Pratchett criou os Homenzinhos Livres, caricatura divertida do folclore e espírito escocês, briguento mas de bom coração. Aproveita para pegar nos mais usados clichés dos contos de fadas, virá-los do avesso até sentirmos simpatia pelas bruxas e já não as imaginarmos desdentadas.
Apesar de já ter falecido no início da história, a personagem que maior impressão deixa é a Avó Dores, genialmente silenciosa, com os seus vícios e a sua "magia" de pastora. A neta, protagonista, não se encerra no habitual herói adolescente, vai mostrando características da avó, perspicácia, espírito prático e crença em contos de fada.
Podia falar mais um pouco do que surpreendeu, do que me fez rir e do que me faz querer ler tudo o que houver de Terry Pratchett, mas vou concluir dizendo que é o "conto de bruxas" mais original que podem encontrar, magnificamente sarcástico e actual, numa edição soberba como é habitual na colecção Teen.