quarta-feira, 22 de abril de 2015

O Menino Grapiúna

Título: O Menino Grapiúna
Autor: Jorge Amado
Editora: Publicações Eurpa-América

Sinopse:
"A luta pela posse das matas, terra-de-ninguém, se alastrava nas tocaias, nas tricas políticas, nos encontros de jagunços no sul do Estado da Bahia; negociavam-se animais, armas e vida humana. Em busca do El-Dorado, onde o dinheiro era cama de gato, chegava a mão-de-obra, vinda do alto do sertão das secas ou do sergipe da pobreza e da falta de trabalho - os 'alugados', os bons da foice e enxada e os bons de pontaria. Pagos numa tabela alta, os jagunços de tiro certeiro tinham regalias. As cruzes demarcavam os caminhos do alardeado progresso da região, os cadáveres estrumavam os cacauais."

Opinião:
Jorge Amado é uma instituição na literatura brasileira, e ninguém tem coragem de questionar esse posto tão merecidamente conquistado. Conheço-lhe as obras que foram transportadas para o pequeno ecrã sob a mágica mão da Globo, e até li "Tieta" em brasileiro. Neste espírito, quando tinha possibilidade de visitar várias vezes por dia a Feira do Livro de Lisboa (já lá vão alguns anos desde essa época gloriosa, adquiri várias obras deste autor, entre elas este "O Menino Grapiúna". Entre a loucura de novas obras que chegam até nós, e perdido no meio dos vários livros que aguardam leitura na nossa estante, este livro ficou como que adormecido à espera que a sua vez chegasse. E chegou.
Numa altura em que procurava algo leve para ler, Jorge Amado chamou por mim, e trouxe comigo este pequeno livro que se revelou uma enorme surpresa!
Jorge Amado escreve como Caetano Veloso canta, com a cedência da vida brasileira na alma. Neste livro, o autor trás até ao leitor o que de mais autêntico poderia trazer - a sua infância. Contando a história do nascimento da Bahia pelos seus olhos enquanto menino, somos transportados de forma quase terna a uma terra de violência, predação e engano. Mas é a sua terra, é o seu lar, e pelos olhos de Jorge Amado vemos esse lar e o que de doce ele tem para o autor.

Um pequeno livro, quase infantil na sua construção, mas muito íntimo e divinalmente escrito. A não perder se se é fã do autor.

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