terça-feira, 26 de agosto de 2014

Nove Mil Dias e uma só Noite

Título: Nove Mil Dias e uma só Noite
Autora: Jessica Brockmole
Editora: Editorial Presença 

Sinopse:
Março de 1912. A jovem poetisa Elspeth Dunn nunca saiu da remota ilha escocesa de Skye, onde vive, e é com grande surpresa que recebe a primeira carta de um admirador do outro lado do Atlântico. É o início de uma intensa troca de correspondência que culminará num grande amor. Subitamente, a Europa vê-se envolvida numa Guerra Mundial, e o curso normal das vidas é abruptamente interrompido. Junho de 1940. O Velho Continente vive mais uma vez o tormento de um conflito mundial e uma nova troca epistolar incendeia os corações de dois amantes, desta vez o de Margareth, filha de Elspeth, e o do jovem piloto da Royal Air Force por quem se apaixonou. Cheio de glamour e de pormenores de época, este romance faz a ponte entre as vidas de duas gerações - os seus sonhos, as suas paixões e esperanças -, e é um testemunho do poder do amor sobre as maiores adversidades.

Opinião:
A experiência definitivamente positiva com o Desafio de Verão em 2013 deixou-nos em pulgas para saber o que nos seria proposto este ano pelas nossas parcerias. Apesar de conseguirmos um número menor de colaborações, a nível de satisfação com as sugestões apresentadas é sobreponível, senão mesmo maior que na experiência anterior.
"Nove Mil Dias e uma só Noite" é uma experiência de delicada satisfação. Contando uma história de amor de forma algo invulgar, a autora utiliza unicamente a correspondente trocada entre os intervenientes para o fazer. Acrescentando à forma escrita extremamente pessoal de cada missiva uma paixão avassaladora por livros por parte dos personagens principais, não há forma de o leitor se sentir externo ao que acontece. Lendo cada uma das cartas, quase sentimos ser o algo de casa missiva. Percebendo em cada linha o que está explicito e subentendido, vendo crescer em cada lado da pena algo mais do que uma ligação frugal. Adicionemos a este caldo quente de emoção o clímax de uma guerra mundial e obtemos o cocktail que me embebeu os lábios pelas poucas horas que demorei a devorar o livro.
Em plena viagem, virando página atrás de página, socorrendo-me dos lencinhos que precavidamente tinha colocado na mala, verti lágrimas como há algum tempo não acontecia. Chorei pela inocência inicial, chorei pela candura do romance envolvido, chorei pela pureza e nobreza de sentimentos, chorei pelos desencontros e partidas da vida e chorei pelo desfecho antecipado e pelo não antecipado.
Terminei o livro em menos de um sopro e mais lenços que pudesse usar. Passei parte da restante viagem envolvida na história e na beleza que perdemos todos os dias com as cartas que já não escrevemos, com as palavras que já não criamos.

Um livro absolutamente envolvente. Cândido no romance espelhado entre mais sofrimento do que qualquer obra possa espelhar. A não perder.

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