“Não imaginam o quanto eu dançava bem! Desculpem-me, mas modéstia em excesso é pecado, e eu prefiro que me castiguem por dizer a verdade. Querem um exemplo do que é dançar bem? O meu moonwalk! Há alguém que não tenha ficado de boca aberta? O moonwalk era aquele passo de dança em que parecia deslizar sobre seda, como se tivesse rodas nos pés, como se me deslocasse de tapete rolante em vez de andar. Esse movimento ficou como a minha marca registada: moonwalk, como gosto de dizer, e backslide, como diziam os que achavam que era eu a andar para trás.”“Dizem que quem fizer a história do teatro português terá necessariamente de me incluir entre os nomes que o marcaram. É uma honra a que, sem falsa modéstia, tenho de responder. Por isso, aqui estou eu. E sabem o que vos digo? A idade mental não acompanha necessariamente a idade do bilhete de identidade. Ao retirar-me de cena, não me retirei do mundo, não deixei de ter sentido de humor, não deixei de ser jovem na palavra e na atitude. (…). Nunca se esqueçam de que, aos grandes nomes, não basta que o sejam só pelo papel que representam na sociedade.”
terça-feira, 12 de abril de 2011
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