Sónia Louro nasceu em 1976 em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão. Licenciou-se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois a aliar a um outro interesse: a História. Fruto desse casamento, este é o seu segundo romance histórico.
Mais uma vez, o nosso muito obrigado à autora pela paciência e disponibilidade!
O Páginas Desfolhadas agradece a disponibilidade da autora Sónia Louro para satisfazer a nossa curiosidade sobre "O Cônsul Desobediente"!
Páginas Desfolhadas: De onde surgiu a paixão por Aristides de Sousa Mendes?
Sónia Louro: Embora a minha admiração por Aristides de Sousa Mendes fosse anterior, a paixão acontece depois de me decidir a escrever este romance, pois, como se costuma dizer, só se ama aquilo que se conhece e a minha investigação para este romance levou-me a conhecê-lo bastante.
PD: Que dificuldades enfrentou durante a sua pesquisa para este livro?
SL: A maioria das pessoas que privou com o Aristides de Sousa Mendes já morreu e algumas delas "perdi-as" por uma questão de dois ou três anos apenas.
PD: Por outro lado, certamente que recebeu ajudas preciosas. Alguma que queira salientar?
SL: Gostei imenso de todas as tardes que passei à conversa com os netos Aristides de Sousa Mendes, ouvindo as memórias que tinham para partilhar.
PD: Supomos que uma das tarefas mais complicadas terá sido preencher os espaços em branco, não abrangidos por documentação ou testemunhos. Pensa que conseguiu manter um relato aproximado da realidade?
SL: Creio que sim, sobretudo devido às conversas com os netos, que cito acima, mas também às informações que recolhi da filha de Aristides de Sousa Mendes e variadíssimas cartas trocadas entre Sousa Mendes e os irmãos que a Fundação Aristides de Sousa Mendes me disponibilizou. Tudo isto me levou a entender um pouco melhor o homem e a perceber os seus sentimentos, pelo menos tanto quanto é possível à distância de mais de cinquenta anos.
PD: Em jeito de "turismo histórico", que lugares aconselha visitar para encontrar "vestígios" da vida de Aristides de Sousa Mendes?
SL: Sem dúvida Cabanas de Viriato em geral, mas com especial atenção para a casa que foi de Aristides de Sousa Mendes que, mesmo em ruínas, apesar dos esforços da Fundação para a reabilitar, vale a pena ser visitada.
PD: Várias vozes, mais visíveis durante o programa da RTP "Os Grandes Portugueses", surgiram a contrariar os factos que apresenta. Encontrou algum fundamento que apoie essas versões?
SL: Se eu tivesse encontrado algum fundamento para apoiar essas versões, pode acreditar que elas estariam no meu livro, mas como neste meu romance importava-me sobretudo o rigor histórico não havia espaço para elas.
PD: Comparando com os seus livros anteriores, focados em personagens que viveram há vários séculos, a existência de informação mais actual e, provavelmente em maior quantidade, torna a escrita mais simples? Ou acaba por dificultar?
SL: Julgo que isso depende um pouco do que se pretende, mas quando o objectivo é fazer uma obra o mais aproximada da realidade possível, a informação nunca é demais.
PD: Os seus romances têm incidido em personagens emblemáticas da nossa História. Pode revelar aos seus leitores quem serão os protagonistas das suas próximas obras?
SL: Já estou a trabalhar no meu próximo projecto, mas preferia não revelar o assunto nem os protagonistas. É uma espécie de superstição que fui adquirindo com o tempo.
Páginas Desfolhadas: De onde surgiu a paixão por Aristides de Sousa Mendes?
Sónia Louro: Embora a minha admiração por Aristides de Sousa Mendes fosse anterior, a paixão acontece depois de me decidir a escrever este romance, pois, como se costuma dizer, só se ama aquilo que se conhece e a minha investigação para este romance levou-me a conhecê-lo bastante.
PD: Que dificuldades enfrentou durante a sua pesquisa para este livro?
SL: A maioria das pessoas que privou com o Aristides de Sousa Mendes já morreu e algumas delas "perdi-as" por uma questão de dois ou três anos apenas.
PD: Por outro lado, certamente que recebeu ajudas preciosas. Alguma que queira salientar?
SL: Gostei imenso de todas as tardes que passei à conversa com os netos Aristides de Sousa Mendes, ouvindo as memórias que tinham para partilhar.
PD: Supomos que uma das tarefas mais complicadas terá sido preencher os espaços em branco, não abrangidos por documentação ou testemunhos. Pensa que conseguiu manter um relato aproximado da realidade?
SL: Creio que sim, sobretudo devido às conversas com os netos, que cito acima, mas também às informações que recolhi da filha de Aristides de Sousa Mendes e variadíssimas cartas trocadas entre Sousa Mendes e os irmãos que a Fundação Aristides de Sousa Mendes me disponibilizou. Tudo isto me levou a entender um pouco melhor o homem e a perceber os seus sentimentos, pelo menos tanto quanto é possível à distância de mais de cinquenta anos.
PD: Em jeito de "turismo histórico", que lugares aconselha visitar para encontrar "vestígios" da vida de Aristides de Sousa Mendes?
SL: Sem dúvida Cabanas de Viriato em geral, mas com especial atenção para a casa que foi de Aristides de Sousa Mendes que, mesmo em ruínas, apesar dos esforços da Fundação para a reabilitar, vale a pena ser visitada.
PD: Várias vozes, mais visíveis durante o programa da RTP "Os Grandes Portugueses", surgiram a contrariar os factos que apresenta. Encontrou algum fundamento que apoie essas versões?
SL: Se eu tivesse encontrado algum fundamento para apoiar essas versões, pode acreditar que elas estariam no meu livro, mas como neste meu romance importava-me sobretudo o rigor histórico não havia espaço para elas.
PD: Comparando com os seus livros anteriores, focados em personagens que viveram há vários séculos, a existência de informação mais actual e, provavelmente em maior quantidade, torna a escrita mais simples? Ou acaba por dificultar?
SL: Julgo que isso depende um pouco do que se pretende, mas quando o objectivo é fazer uma obra o mais aproximada da realidade possível, a informação nunca é demais.
PD: Os seus romances têm incidido em personagens emblemáticas da nossa História. Pode revelar aos seus leitores quem serão os protagonistas das suas próximas obras?
SL: Já estou a trabalhar no meu próximo projecto, mas preferia não revelar o assunto nem os protagonistas. É uma espécie de superstição que fui adquirindo com o tempo.
Mais uma vez, o nosso muito obrigado à autora pela paciência e disponibilidade!
Acabei de "conhecer" Sonia Louro através da revista GINCKO.
ResponderEliminarComo tal ainda nao li nada da sua obra. Admiro-a pela temática. Vou correndo procurar "Viriato, o filho rebelde"
Van
Boa ideia!
ResponderEliminarQuando leres deixa aqui uma breve opinião! Também estamos curiosos quanto à obra restante de Sónia Louro.
Boas Leituras1