Vivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial dá os primeiros passos. Porém, na pequena aldeia onde decorre a acção deste romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga do míldio e a vindima; e na taberna – espécie de divã freudiano do lugar – é disso que falam, até porque os jornais que ali chegam são apenas os que embrulham as bogas do Júlio Peixeiro. E, mesmo assim, passam-se por ali coisas muito estranhas: uma velha prostituta é estrangulada, o suposto assassino some-se dentro de um penedo, a rapariga casta que colecciona santinhos sofre uma inesperada metamorfose, e a parteira, que também é bruxa, sonha com o ditador a cair da cadeira e vê crescer-lhe, qual hematoma, um enorme cravo vermelho dentro da cabeça.Um jornalista decide celebrar o seu nonagésimo aniversário oferecendo a si mesmo um presente que o faça sentir que ainda está vivo: uma adolescente virgem.
Num bordel vê uma jovem de costas, completamente nua, e a sua vida muda radicalmente. E agora que a encontrou, está prestes a morrer, não de velhice, mas sim de amor.
Memória das Minhas Putas Tristes é a história deste excêntrico e solitário ancião. O leitor irá acompanhar as suas aventuras sexuais à medida que o próprio desfia as suas memórias. Após noventa anos de uma vida árida – passada a escrever crónicas e resenhas maçadoras para um jornal provinciano, a dar aulas de castelhano e latim a alunos tão sem perspectivas de futuro quanto ele, e, acima de tudo, a deambular de bordel em bordel, só tendo tido relações com mulheres a quem pagou –, inesperadamente, e pela primeira vez, encontra o verdadeiro amor.
Escrito no estilo incomparável de Gabriel García Márquez, este curto romance é uma comovente reflexão sobre os infortúnios da velhice e, ao mesmo tempo, um hino às alegrias da paixão.
Quando Harry Hole se mudou para Hong Kong pensou ter deixado definitivamente para trás a sua carreira de inspector, bem como os traumas vividos em Oslo. Mas o impensável aconteceu: Oleg, o filho de Rakel, foi preso em Oslo por ser o principal suspeito de um homicídio. Harry recusa-se a acreditar que o rapaz que ajudou a educar seja um assassino, e regressa à Noruega para procurar o verdadeiro culpado. Apesar de já não pertencer à força policial, apoia-se aos poucos amigos em quem confia para se infiltrar nas profundezas do mundo da droga de Oslo, onde uma nova e perigosa substância ganha popularidade entre os toxicodependentes. Esta investigação, a mais pessoal de todas, vai obrigar Harry Hole a enfrentar o passado e a terrível realidade de Oleg e de si próprio.Recentemente redescobertas nos arquivos da Biblioteca Pública de Nova Iorque, estas histórias, despojadas mas profundamente sentidas, despertam a cada passo a nossa compaixão e as nossas emoções. Truman Capote sentiu sempre atracção por estranhos – mulheres, crianças, afro-americanos, pobres –, porque ele próprio, desde muito tenra idade, se sentiu um deles. Testemunhamos aqui os poderes de empatia de Capote em plena evolução, no retrato que faz das personagens que lutam nas margens dos mundos que conhecem. Um rapaz sofre a violência do adulto ao perseguir um condenado no matagal. Pequenas invejas desaguam num acontecimento que altera a vida de uma rapariga popular na Academia para Meninas de Miss Burke. Numa época de perda extrema, uma mulher luta para salvar a vida de uma rapariga que tem uns olhos iguais aos do amante.
Uma colectânea que revela o então jovem Capote a afinar a voz e a sensibilidade ímpares que dele fariam um dos escritores mais originais do século xx.
Relançamento de um dos mais carismáticos livros de Manuel Alegre, sobre o qual escreveu, no Prefácio, Vítor Aguiar e Silva: «O discurso poético desta ode, que fulgirá pelo tempo além – eu, simples leitor, assim o creio – como uma das mais belas odes escritas na língua portuguesa, revela a maturidade esplêndida de um grande artífice do verso e das formas poemáticas.»
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
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