domingo, 11 de outubro de 2015

Um Obscuro Objeto de Desejo

Título: Um Obscuro Objeto de Desejo
Autor: Pierre Louys
Editora: Bico de Pena

Sinopse:
   Um Obscuro Objeto de Desejo é uma narrativa que transcende o desejo; através da história de don Mateo e da sua paixão por uma jovem sedutora, Concha Perez. O que começa com uma amizade semicaridosa rapidamente se transforma num tortuoso jogo de sedução. Concha, virginal e devassa, arrebatadora e distante, afetuosa e fria, é um irresistível poço de contradições. Don Mateo passa de rico protetor a mero joguete nas mãos desta menina-mulher, que domina com uma mestria surpreendente a arte da inocência fingida.
   Um Obscuro Objeto de Desejo retrata a marcante história de um amor tempestuoso, onde Concha Perez - a quem Marlene Dietrich e Brigitte Bardot deram corpo, e cuja tortuosa história fascinou Luis Buñuel e Josef von Sternberg - é considerada uma das mais inesquecíveis femmes fatales da literatura ocidental.

Opinião:
   Este é um pequeno livro. Encontrei-o numa das muitas feiras do livro a que tenho ido, entre os caixotes de livros a preços reduzidos e, por um qualquer motivo que não recordo, ele veio comigo para casa. Depois de anos na estante, também por razões inexplicáveis, decidi que seria um companheiro adequado para uma viagem relâmpago, pelo que finalmente saiu da penumbra e cumpriu o seu destino - o tempo de leitura efetiva pelo seu leitor.
   É por estes livros que vale a pena ler. "Um Obscuro Objeto de Desejo" foi uma absoluta descoberta. Um hino à manipulação sensual. Tal como "Lolita" consegue deslumbrar, muitos anos depois, Concha Perez torna-se a mais fascinante personagem feminina que conheci em página escrita. De forma absolutamente genial, esta jovem consegue transformar um homem feito e respeitado no seu capacho, vergando a seu belo prazer toda a essência do seu ser. Mas a forma como o consegue, com requintes de atrevimento e malvadez, é que é fascinante.
   São poucas as páginas a ler, mas a forma como são aproveitadas, como a ação desfila perante os nossos olhos, descobrindo véu após véu a mais profunda natureza desta jovem, é a marca de definitivo talento deste autor. 

   Não me atrevo a discutir o que terá motivado várias adaptações cinematográficas desta obra. Depois de a ler tive oportunidade assistir à versão mais antiga, protagonizada pela diva Marlene Dietrich e, atendendo à época da adaptação, esta não desilude. A protagonista encarna a personagem com a atitude necessária. Faltam alguma cenas chave que não poderiam ter sido filmadas na época. No entanto, aguardo pela adaptação da década de 70 que, com certeza, não deixará nada por retratar.


   Se houver oportunidade, recomendo a leitura. É um dos poucos livros que nos abram horizontes, que nos enchem o imaginário de novos horizontes.
   Fiquei bastante curiosa com a restante coleção em que esta obra foi publicada. Talvez venham de lá novas pérolas. Resta-me encontra-las.

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