quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Orgulho Asteca

Título: Orgulho Asteca
Autor: Gary Jennings
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
O sexo e a religião, a formação e os amores, de um homem cuja vida é o símbolo de toda uma civilização.
Considerado pela crítica como um dos melhores romances históricos americanos do século XX, Orgulho Asteca narra o fascinante cotidiano deste povo indígena no período da invasão espanhola.
Um livro raro que reúne a riqueza e o drama da ficção com um profundo conhecimento histórico. Orgulho Asteca foi escrito depois de uma longa pesquisa que levou o autor a viver no México durante doze anos, estudando a história e a cultura dos povos.
O leitor depara-se com um verdadeiro retrato do declínio e queda, da maior civilização pré-colombiana, vista a partir da perspectiva do povo derrotado.

Opinião:
"Orgulho Asteca" é a primeira metade da obra mais famosa de Gary Jennings, simplesmente "Asteca". Não vai ser fácil escrever uma opinião apenas do primeiro volume, já que a obra funciona muito bem como um todo, mas vou tentar.
Este é um dos meus géneros favoritos e confesso também algum fascínio pela época dos descobrimentos, pelo embate entre os povos e a imposição de uns costumes sobre outros. No entanto, é difícil encontrar livros sobre o assunto que mantenham a dose certa de honestidade e de entretenimento. Daí que tive um choque quando comecei a leitura deste título: era mesmo o que andava à procura!
O Rei de Espanha encarregou os padres que estão em missão no México de interrogar um nativo sobre a sua cultura e a história do seu povo antes da chegada do povo espanhol. Assim, a narrativa alterna entre as cartas que os padres dirigem ao seu monarca e os pormenores da vida asteca contadas pelo velho indígena. As cartas espelham o horror e vergonha dos padres quando confrontados com a história de sacrifícios humanos e a descrição em pormenor de actos sexuais, contrastando com o entusiasmo patente do Rei, que não se cansa de pedir a continuação do testemunho.
Através dos olhos míopes de Mixtli, acompanharemos as maiores festividades do povo Asteca. Todos os rituais envolvidos, a captura de prisioneiros para sacrifício ou a escolha de virgens em dias especiais e aprenderemos como os sacerdotes se preparavam para os sacrifícios em massa. Associados a estes hábitos que podemos considerar bárbaros, não ficam esquecidas as habilidades como artesãos, militares ou arquitectos. Toda uma cultura que acabou passada a ferros.
É uma delícia acompanhar Mixtli. O seu relato é recheado de pormenores interessantes e de um humor refinadíssimo, capaz de fazer eriçar o mais austero sacerdote.

O melhor que posso dizer sobre este primeiro volume, é que não consegui ler mais nada até ter terminado o segundo. Opinião para breve.

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