Por ocasião do seu lançamento na Alemanha, em 1986, A Ratazana deu origem a uma enorme polémica, tendo suscitado as opiniões mais extremas e apaixonadas. Era natural que assim sucedesse, tratando-se, como efetivamente se trata, de um romance a que não se pode ficar indiferente, e que alguns consideram já a mais radical das profecias sobre a iminente catástrofe do nosso século.
O livro conta-nos a história, ou histórias, do fim da era humana, e tem como um dos seus protagonistas uma ratazana, representante de uma espécie que pressente e sobrevive a todas as desgraças, abandona os navios que vão naufragar e nos acompanha desde que surgimos no planeta. Num incessante confronto com a voz glacial do rato, o autor luta por chegar ao fim das suas narrativas, com a consciência de que talvez reste pouco tempo para serem contadas e ouvidas, uma vez que se aproxima o momento em que terão fim todas as histórias.
O Livro do Riso e do Esquecimento, considerado pelo The Observer como um dos 100 melhores livros de sempre, é uma narrativa entrecortada de erotismo e imagens oníricas em que o autor lança um olhar perspicaz e amargo sobre o quotidiano da Checoslováquia após a invasão russa de 1968. As desilusões da juventude, a desorientação dos intelectuais, a prepotência dos líderes políticos – tudo converge para o esquecimento, imposto ou voluntário, individual ou colectivo.
Como em A Insustentável Leveza do Ser, Kundera articula de forma admirável, muitas vezes imperceptível, o destino individual dos personagens e o destino de um povo, a vida ordinária de pessoas comuns e a vida extraordinária da História. Uma viagem ao coração da existência humana no século xx que é também uma reflexão sobre o destino do autor e do seu país, ambos ameaçados pela aniquilação e pelo esquecimento.
Aos quarenta anos, o escritor Nathan Zuckerman é acometido de um mal misterioso – uma simples dor, que começa no pescoço e nos ombros, invade-lhe o tórax e toma conta do seu espírito. Zuckerman, que vivia para o seu trabalho, não consegue escrever uma única linha. Agora, o seu trabalho consiste em arrastar-se de médico em médico, mas nenhum descobre a causa da dor e ninguém consegue mitigá-la. Zuckerman começa a pensar na hipótese de a dor ser causada pelos livros que escreve. E enquanto pensa, a sua dependência dos analgésicos estende-se à vodca e à marijuana.A Rita tem os cabelos azuis e é uma menina como as outras. Ou quase como as outras… As perguntas que a Rita faz são difíceis e complicadas - Onde mora o pão? Onde dormem os pardais? Para onde vão os sonhos? Os pais encolhem os ombros e dizem-lhe que fica tudo no sótão, para ver se a despacham. Mas a Rita não se dá por satisfeita e vai até ao sótão, abre caixas de sonhos e de susto e encontra um papão que quer se aviador e ainda... Bom, o resto só irá saber quem quiser acompanhar a Rita ao baile dos pardais.A jovem Pip Tyler não sabe quem é. Sabe que o seu nome verdadeiro é Purity, que tem às costas um empréstimo de cento e trinta mil dólares, contraído para poder tirar um curso, que vive numa casa ocupada com anarquistas de Oakland e que a sua relação com a mãe – a única família que tem – é tempestuosa. Mas não faz a mínima ideia de quem é o pai, da razão que levou a mãe a viver isolada do mundo com um nome inventado, nem de como alguma vez irá ter uma vida normal. Entram em cena os alemães. Um breve encontro com uma pacifista alemã leva Pip a um estágio na América do Sul, no Projeto Luz Solar, organização que trafica todos os segredos do mundo – incluindo, espera Pip, o segredo das suas origens.
O autor de Correcções e Liberdade imaginou um mundo de personagens brilhantemente originais – californianos e alemães de leste, bons pais e maus pais, jornalistas e denunciantes – e segue-lhes os entrelaçados percursos por paisagens tão contemporâneas como a omnipresente Internet, e tão antigas como a guerra entre os sexos.
A revista Millennium mudou de proprietários, os críticos de Mikael Blomkvist insistem que ele está ultrapassado e ele próprio considera mudar de actividade. Lisbeth Salander continua imparável e, sem razão aparente, participa num ataque informático, correndo riscos que normalmente teria evitado. Não parece dela. Uma noite, já tarde, Blomkvist recebe uma chamada do Professor Frans Balder, uma autoridade em Inteligência Artificial, que afirma ter informações importantes sobre os serviços de espionagem dos Estados Unidos para além de ter estado em contacto com uma jovem hacker que faz lembrar alguém que Blomkvist conhece bem de mais.
Mikael Blomkvist anseia pelo furo jornalístico de que tanto ele como a revista Millennium precisam desesperadamente. Lisbeth Salander, como sempre, tem a sua agenda própria. Em A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha a história continua. Chegou o momento de os seus caminhos se voltarem a cruzar.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
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