Título: As Minas de Salomão
Autor: R. Haggard
Editora: Livros do Brasil
Sinopse:
Alão Quartelmar, um experiente caçador de elefantes, é procurado por um
barão inglês que lhe pede ajuda para encontrar o seu irmão desaparecido
em África quando procurava as lendárias minas do rei Salomão.
Quartelmar, o barão e o capitão John enfrentam as feras na selva,
atravessam o deserto, transpõem uma barreira de montanhas e descobrem a
milenária nação dos Cacuanas, governada por um tirano sanguinário e uma
feiticeira que se diz imortal.
A obra aqui apresentada resulta de
uma adaptação, feita pelo escritor português Eça de Queirós, a partir do
romance original escrito por R. Haggard. Eça confere-lhe um toque
pessoal, assente na riqueza descritiva, um atributo inegável da sua
escrita. O estilo inigualável do grande escritor português enriquece os
relatos de uma aventura em terras africanas.
Opinião:
A leitura deste livro integra-se na nossa rubrica "The OSCARs Project". Foi uma excelente oportunidade de retirar esta clássica edição da prateleira e descobrir Eça de Queiroz por entre as palavras do autor, Haggard.
"As Minas de Salomão" é um daqueles livros intemporais, que vai surgindo e ressurgindo nas prateleiras com a cara lavada, mas que ficou sempre na minha memória ligado a colecção "Obras de Eça de Queiroz".
É um relato apaixonante da saga na África profunda de Quartelmar, um calejado caçador de elefantes. Não é fácil descortinar quanto colocou de si Eça de Queiroz nesta obra, mas o seu sentido de humor discreto e certeiro está bem presente. Há uma leveza na escrita, que contrasta com a seriedade da aventura mas que ajuda o leitor a entrar nos mundos insondáveis que os protagonistas vão atravessando.
Tem um valor cultural inegável, ao qual se acrescenta o valor literário, polido pela destreza de Eça na nossa língua.
Passando ao filme...
A versão que vimos (porque há várias) foi a nomeada aos Oscars em 1950. É uma altura de mudanças no cinema americano, já que se começavam a reunir os meios para realizar grandes produções e deslumbrar as audiências habituadas ao preto e branco, com paletes de cores bem vivas.
E é nesse cenário que surge este filme. É mais uma tentativa de mostrar o que era possível fazer na parte técnica (reunir grandes grupos de atores, filmagens de animais selvagens, um guarda-roupa extraordinário e muita, muita cor) do que propriamente apostar no argumento ou em grandes atuações.
Uma das grandes diferenças é o género do acompanhante de Quartelmar. Um homem no livro, uma mulher no filme. Esta alteração é o suficiente para que o foco passe de uma exploração emocionante para uma história de amor algo forçada.
No geral, é um filme interessante de se ver pelo seu valor histórico, mas não faz juz à qualidade do livro.
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