Uma mulher adoece. Morre sem morrer, fica ligada a uma máquina aguardando que o marido diga para que se desligue. Mas entretanto descobre-se que está grávida e que a doença aconteceu exactamente por causa da gravidez. A mulher morrerá depois de incubar quem a matou. E o homem escreve o diário do luto.
Será esta a definição do amor?Gosto desta terra e destas mãos é uma homenagem colectiva a um artista plástico cuja assinatura pouco mais além foi do seu distrito de residência, em Santarém-Mação. Porque não quis “pôr-se em bicos de pés” e se marimbou para os “mercados”, a obra de José D’alexandre é aqui revista de modo a equilibrar a sua quase indiferença em mostrá-la em vida.
No seu conjunto, a obra de José D’alexandre (assim, a assinatura) apresenta uma estética muito mais abrangente do que a região onde nasceu e viveu a última fase da sua vida. Figura maior da nossa vida cultural, António Victorino d’Almeida construiu uma obra múltipla e por vezes desconcertante que a comunidade crítica e artística tem dificuldade em aceitar com os traços únicos da sua diversidade. Em António Victorino d’Almeida: Vivo como Um Leopardo, o Maestro compara-se a um leopardo que desce de um ramo alto para caçar e depois fica em paz enquanto a comunidade que dirige tem com que se alimentar.Quem o ouve discorrer sobre os casos futebolísticos de cada jornada não imagina a realidade que Fernando Correia deixa longe dos estádios, dos jogos e dos relvados. Conhecido há várias décadas no meio do jornalismo desportivo, Fernando Correia enfrenta um drama pessoal que, até agora, tem mantido resguardado. A sua mulher, mãe das suas três filhas, foi diagnosticada com a doença de Alzheimer e teve de ser internada na Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras, na Idanha (Belas).
“Perguntaram-me há dias (talvez tivesse sido o médico que antes lhe prestou assistência) se eu já estava mais conformado. Respondi, quase automaticamente, mas num instante da verdade que se assumiu em mim: ‘Não. O que estou é mais habituado.’”.
Ao Reencontro do Tempo é uma revisitação sem nostalgias de um tempo passado, mas constitui um desafio para ir ao reencontro desse mesmo tempo. Um tempo com episódios traumáticos, como a Guerra Colonial, alguns empolgantes, no caso da Revolução de Abril, e outros, ainda, mais anónimos ou subtis, mas inexoravelmente fixados na memória do autor, especialista em urbanismo.
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