sábado, 13 de dezembro de 2014

Os Anões

Título: Os Anões
Autor: Harold Pinter
Editora: Dom Quixote

Sinopse:
O único romance de Harold Pinter, Prémio Nobel de Literatura 2005.
Os Anões é o único romance que Harold Pinter escreveu durante a sua longa e notável carreira, coroada em 2005 com a atribuição do Prémio Nobel de Literatura. Originalmente concluído em começos da década de 1950, depois revisto em 1989, o livro descreve as vidas e preocupações de quatro jovens londrinos na Inglaterra do pós-guerra.
Através da evolução, tumultuosa e destrutiva da sua amizade, Pinter explora o modo como as vidas comuns são moldadas pelas limitações e fronteiras da sexualidade, da intimidade e da moralidade, ao mesmo tempo que põe a nu as profundas verdades existentes em acontecimentos aparentemente correntes.
Divertido, vivo, e perturbante, Os Anões é um romance escrito num estilo brilhante por um escritor cuja imaginação marcou as nossas vidas e o nosso tempo.

Opinião:
Sempre que o prémio Nobel é atribuído, assistimos a uma corrida à publicação e reedição de todas as obras do laureado. No entanto, recordo-me que quando venceu Harold Pinter, a mediatização foi um pouco diferente, já que o autor foi acima de tudo um dramaturgo, e este "Os Anões" foi o único romance que escreveu.
"Os Anões" é um livro escrito ao estilo de uma peça. Linhas de diálogo sucedem-se páginas a fio, o leitor tem dificuldade em acompanhar qual o interveniente responsável por cada uma das tiradas, mas assiste abismado a todas as interações. A linguagem é maravilhosamente coloquial, e leva a conversa por mudanças súbitas de assunto, mal-entendidos, ideias que se intrometem no fluxo da conversa sem ponto de partida aparente. Cada um dos jovens da história é um afluente a este rio de palavras, e a sua contribuição para a corrente mostra-nos um pouco o que o move por dentro.
Confesso que por vezes a narrativa se torna tão críptica que tive que ler e reler algumas páginas, mas penso que a ideia é mesmo essa: transmitir emoções, mais do que palavras.
A sexualidade atravessa o livro de ponta a ponta e é o fio condutor sublimar de grande parte das conversas. É quase omnipresente, assim como na nossa vida diária, dizem.
Há um sentido de humor refinado por trás de tudo, que nos ajuda a aceitar o lado mais negro de cada uma das personagens. O sarcasmo é sempre uma arma utilizada de forma certeira.

Se me pedirem para contar a história do livro, provavelmente não serei capaz, mas sei que que as emoções transmitidas ficaram bem gravadas, de forma indelével. 

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