terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Milionários Acidentais - a criação do facebook: uma história de génios, sexo, dinheiro e traição

Título: Milionários Acidentais - a criação do facebook: uma história de génios, sexo, dinheiro e traição
Autor: Ben Mezrich
Editora: Lua de Papel

Sinopse:
Um pequeno crime, uma ideia genial, um negócio de milhões: toda a história da polémica criação do Facebook, desde o dia em que Mark Zuckerberg invadiu os servidores da Universidade de Harvard até à ruptura definitiva com o seu melhor amigo. Ao contrário do que se pensa, a criação do Facebook é a história de um crime, de dois génios socialmente inadaptados, de uma amizade que acabou na barra dos tribunais. Mas é, também, a empolgante narrativa de um momento mágico, do nascimento de uma ideia, e de como uma série de acasos deram origem a uma das maiores fortunas do planeta. 

Opinião:
"Milionários Acidentais" foi o livro que serviu de percursor ao filme "The Social Network". Se bem me recordo, o livro só ganhou espaço e divulgação devido ao sucesso estrondoso do filme, que foi um dos grandes favoritos a vencer o Óscar de Melhor Filme no seu ano, mas já lá vamos.
Ben Mezrich investigou a história de Mark Zuckerberg e a génese do Facebook. O próprio Zuckerberg recusou-se a contribuir para a obra e julgo que nem chegou a falar com o autor do livro. Assim, o que aqui temos é um misto de factos, suposições, documentos e imaginação, para compor o puzzle da história da mais famosa rede social, com o colorido necessário para atrair o grande público.
Não tenho nada contra introduzir ficção em dados reais para criar um bom livro. Na minha opinião, nos dias que correm, quem quiser conhecer apenas os factos, tem muito onde pesquisar.
Os acontecimentos são realmente interessantes. A criação do Facemash, o desleixo dos estudos para perseguir um sonho, as novas amizades e a sua transformação em processos judiciais... Todo o frenesim que rodeia o crescimento de uma nova ideia que se pode considerar genial, gostando-se ou não do resultado final.
Portanto, a história merecia ser contada, mas o livro podia ser bem melhor. A partir do momento em que o autor decide usar a sua imaginação para preencher os espaços em branco (nada contra, como já disse), teria espaço para bem mais do que o que criou. As personalidades de cada uma das personagens podiam ser mais vincadas e as relações mais intensas, ou seja, mantinha-se na mesma linha, engrossava-se um pouco o traço... 
Grande parte do texto representa as cogitações de cada um, especialmente de Eduardo, tornando-se muito repetitivo e não particularmente interessante.

Passando ao filme... Logo nos minutos iniciais somos brindados com um diálogo entre Mark e a sua namorada, que representa um vislumbre do que irá ser a prestação de Jesse Eisenberg: frenético, genial, antisocial. Brilhante. Se a imagem corresponde ou não à do verdadeiro Mark Zuckerberg, para mim, é indiferente. É uma representação em alta velocidade, capaz de nos fazer torrar os neurónios ao tentar acompanhar o seu ritmo.
Ora, estes primeiros minutos não são tirados do livro, foram exclusivamente escritos pelo argumentista para o filme. Concluí que o argumento conseguiu dar vida ao que no livro está mortiço e este é um dos raros casos (muito raros) em que o filme é melhor que o livro.
A grande força de "The Social Network" é usar uma história interessante e torná-la fascinante sem grandes truques técnicos e de produção, apenas com palavras.

Se não conhecem a história, aconselho o filme. Se já o viram, não acho que o livro valha uma visita pois não acrescentará muito mais.

Sem comentários:

Enviar um comentário