sábado, 8 de novembro de 2014

No Limiar da Eternidade

Título: No Limiar da Eternidade
Autor: Ken Follett
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Enquanto as decisões tomadas nos corredores do poder ameaçam extremar os antagonismos e originar uma guerra nuclear, as cinco famílias de diferentes nacionalidades que têm estado no centro desta trilogia O Século voltam a entrecruzar-se numa inesquecível narrativa de paixões e conflitos durante a Guerra Fria.

Quando Rebecca Hoffmann, uma professora que vive na Alemanha de Leste, descobre que anda a ser seguida pela polícia secreta, conclui que toda a sua vida é uma mentira. O seu irmão mais novo, Walli, entretanto, anseia por conseguir transpor o Muro de Berlim e ir para Londres, uma cidade onde uma nova vaga de bandas musicais está a contagiar as novas gerações. Nos Estados Unidos, Georges Jakes, um jovem advogado da administração Kennedy, é um ativo defensor do movimento dos Direitos Civis, tal como a jovem por quem está apaixonado, Verena, que colabora com Martin Luther King. Juntos partem de Washington num autocarro em direção ao Sul, numa arriscada viagem de protesto contra a discriminação racial. Na Rússia, a ativista Tania Dvornik escapa milagrosamente à prisão por distribuir um jornal ilegal. Enquanto estas arriscadas ações decorrem, o irmão, Dimka Dvornik, torna-se uma figura em ascensão no seio do Partido Comunista, no Kremlin.

Nesta saga empolgante que agora se conclui, Ken Follett conduz-nos, em No Limiar da Eternidade, através de um mundo que pensávamos conhecer, mas que agora nunca mais nos parecerá o mesmo.

Opinião:
Aqui está o último volume de uma das mais ambiciosas tarefas a que Ken Follett já se propôs: escrever a história do século XX, através de 3000 páginas, pelos olhos de várias personagens, localizadas nos pontos mais fulcrais do Mundo Ocidental. A questão que se coloca é se será esta a trilogia a levar o autor até ao "Limiar da Eternidade". Veremos...
Usando de toda a sua habilidade, Ken Follett cria mais um conjunto de personagens com carisma suficiente para serem únicas e distinguíveis, mas mantendo os traços familiares que nos permitem identificar com elas. Podendo o leitor já conhecer quase todo o enredo Histórico associado, é agora oferecida a possibilidade de acompanhar a Guerra Fria na pele da população comum. A mestria desta(s) obra(s) assenta preciosamente no entrançar dos acontecimentos históricos com os dramas pessoais comuns com os quais nos podemos identificar. 
Colocando os seus peões em lugares estratégicos (a Casa Branca, o Kremlin, Berlim Ocidental, passando por Cuba, Vietname e a República Checa), basta ao autor deixar o Mundo girar em torno deles e deixá-los ser levados na onda agitação social e política que dominava a década de 60. Nos EUA, acompanhámos Martin Luther King e a sua luta pelos Direitos Civis, vivemos em primeira mão a crise dos mísseis de Cuba e toda a estratégia política da Guerra Fria. Segue-se a dança das cadeiras presidenciais, sobre a qual temos o olhar privilegiado de George Jakes.
Como é de esperar, passaremos muito tempo no frio da URSS a tentar perceber se o Comunismo falhou ou se nunca chegou sequer a ser implantado. 
Aproveitando para fugir da política, neste volume surgem personagens com papel cultural importante, ou seja, uma banda de rock mundialmente famosa e a vida atribulada dos artistas durante o período do "amor livre".
Berlim é o centro de todas as tensões e sentiremos a necessidade constante de pular o Muro, real e metafórico.

Contador de histórias por excelência, Ken Follett não desilude, no decorrer destes três pesados volumes. É exímio na criação de personagens, em agitar-lhes a vida pessoal e colocá-las em posições fulcrais para acompanhar o girar do Mundo. Como romance histórico, penso que a narrativa é rigorosa o suficiente para que qualquer leitor encontre novidades e alargue um pouco a sua cultura geral. 
Clássicos? Talvez não, mas ainda assim, uma excelente forma de conhecer a História do século XX e que, quando tiver filhos, espero que se dediquem a esta leitura, assim que tenham força para aguentar o peso destes volumes.

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