Bilodo vive sozinho em Montreal num apartamento que divide com o seu peixinho Bill. É aí que todas as noites passa longas horas lendo a correspondência alheia antes de a entregar aos destinatários. Há muito que o carteiro mantém aquele ritual: Bilodo abre as cartas com cuidado e põe-se a imaginar como serão as vidas daquelas pessoas. É o seu segredo.
É assim que um dia Bilodo descobre as cartas de Ségoléne. Ela corresponde-se com Grandpré, um mestre na arte de bem escrever poesia, e as cartas que ambos trocam são compostas por apenas três linhas. Escrevem poemas haiku um ao outro.
Um dia, durante ronda, o carteiro testemunha um trágico acidente. Grandpré fora atropelado e acaba por morrer. Bilodo toma então uma decisão arriscada: meter-se na pele de Grandpré e continuar a escrever a Ségoléne.
E assim começa uma história de amor, uma relação única, intensa e bela, vivida apenas através das cartas e dos poemas que trocam entre si. Mas durante quanto tempo poderá Bilodo continuar a viver aquela mentira – e aquele amor?
Num registo intimista e tocante, Thériault explora neste livro os temas do amor, do sonho e das dimensões inconscientes do espírito humano.
A poucos dias de soprar as sete velas, o seu destino sofreu um entorse. A família partiu para o Canadá e ele, criança enfermiça, ficou a cargo dos desvelos da madrinha Henriqueta. Chegado à idade adulta, solteiro e bom rapaz, passa as noites no terraço da sua casa, saudando a lua e adivinhando ao longe, noutro terraço, os contornos de uma esguia figura de mulher, enquanto persegue durante anos a fio uma obsessão: a demanda do rosto feminino insuperável. Mas não há bela sem senão. E o destino prega-lhe outra partida. O que parecia ser um mero encontro profissional acaba por se transformar num estranho caso. Uma avaria no seu mini e uma pancada de um jipe com uma mulher enigmática é o princípio de uma trama que o levará a situações nunca imaginadas.
E tudo o que parecia previsível, exato, perfeito, como um relógio suíço, acaba por se transformar num enredo de acasos em que a realidade ultrapassa a ficção a provar que nada é mais imprevisível do que o passado.
domingo, 5 de outubro de 2014
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