A Mãe Terra

Título: A Mãe Terra

Autora: Jean M. Auel

Editora: Clube do Autor

Sinopse:

Para se tornar na líder espiritual do seu povo, Ayla empreende uma emocionante viagem na qual descobrirá o fascínio e o misticismo das cavernas sagradas e das suas pinturas rupestres.
Caçadas, cerimónias sagradas e ritos matrimoniais são apenas alguns dos episódios que Jean Auel retrata com mestria. A autora reconstrói o modo de vida na Pré-História e faz deste livro uma criação histórica cativante, rigorosa e inesquecível.

Opinião:

Eis uma ideia que há muito que já gostaria de ter visto em livro: um romance (pré-)histórico. As dificuldades são muitas, claro. A pesquisa envolvida tem que ser extensa, juntando os pequenos fragmentos de factos disponíveis, e haverá sempre lugar para muita especulação. E se um bom romance histórico assenta principalmente na forma como o autor romanceia factos conhecidos, quanto mais se recua no tempo maior será a importância da imaginação do escritor.

Jean Auel é fantástica nas descrições das sociedades pré-históricas. A importância das mulheres, o início da domesticação de animais, a sacralização da Natureza, o canto nas cavernas, as pinturas... Já do lado da especulação, também nos mostra as origens de algumas características humanas transversais no tempo: ciúme, inveja, amor...

A recriação do ambiente social é primorosa e faz-nos questionar as origens de tudo o que tomamos como eterno.

Depois temos a história de Ayla. Uma estrangeira que foi acolhida noutra tribo após se ter unido com Jondalar. É Ayla que introduz os conceitos de treinar lobos e cavalos, para além da construção de novas armas de caça e de conhecimentos vastos da medicina natural. A maior parte do livro foca-se na sua jornada até líder espiritual, para além de enfrentar várias atribulações na sua vida pessoal e de apresentar a todos uma nova descoberta, no final.

O único ponto negativo que posso apontar é alguma falta de acção. Num livro extenso preciso de um pouco mais de emoção para motivar a continuação da leitura.

"A Mãe Terra" atira-nos até às origens da sociedade, do viver em grupo, e faz-nos interrogar onde começaram os nossos hábitos, tradições e emoções.