O Francês conseguira marcar o encontro para as 10 da manhã n’A Brasileira. Mas nessa manhã de 25 de Agosto de 1988, o fogo deflagrara no Chiado e o dia estava escuro, cheio de fumo, abrasado pelas chamas, cheio de gritos e sirenes. O Francês saiu do hotel e deixou-se levar na multidão.
Os velhos, os pobres, as pessoas invisíveis que habitam os vãos e as águas-furtadas do bairro estão a ser evacuados em autocarros. De repente alguém resiste, não entrará no transporte, e precipita-se para lá da barreira do fogo. O Francês segue-o. Nesse mundo de escombros e cinzas, cinco desconhecidos vão encontrar-se e revelar as razões profundas desta clandestinidade repentina.O que Dave Eggers encontrou na lama deixada pelo Katrina, e que deu origem a Zeitoun, é a história de uma família que ele conta, acertando em mais alvos e com maior vigos do que os que abordaram os gigantes temáticos e históricos dessa catástofre O resultado é grande narrativa não-ficcional. Zeitoun é o apelido, portanto, da família no meio da tempestade. E Abdulrahman Zeitoun é um sírio-americano de meia-idade, marido de Kathy, oriunda de uma família batista do Sul, pai de quatro filhos e dono de uma empresa de pintura para a construção civil. Zeitoun trabalha e cuida dos seus, na América e na Síria, e é um cidadão exemplar. Quando a tragédia se abate, e Kathy se refugia com os filhos em Baton Rouge, Zeitoun fica para trás, em Nova Orleães, a pretexto de olhar pelo que é seu. A sua permanência terá um desígnio maior e, dia após dia, remará numa canoa pela cidade submersa, salvando dezenas de vidas. No entanto, apesar da sua conduta heróica, Zeitoun será preso pelas autoridades americanas, permanecendo desaparecido durante semanas.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
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