Sábado de aleluia, abril de mil novecentos e setenta e quatro, pouco antes do dia que mudará Portugal. Saído de casa em conflito com a ordem patriarcal, João Carlos, o protagonista, parte para Lisboa ao encontro da namorada. Arminda, a irmã, imagina amores subversivos. André, o irmão mais velho, agarra-se aos valores do passado. Os mais novos, Jó e Tiago, socorrem-se da fantasia para escaparem aos seus pesadelos, medos e pressentimentos. A mãe lamenta o crescente afastamento do marido e dos cinco filhos, a decadência da casa, a sua própria decadência física. Duas criadas e um velho servo submetem-se ou revoltam-se contra o meio semifeudal em que vivem. Ao longo das vinte e quatro horas deste segundo painel da chamada Tetralogia Lusitana, sonhos e premonições anunciam cortes profundos no mundo das suas personagens.
Nas palavras de João Barrento, «Os Livros de Horas que continuamos a editar a partir dos cadernos manuscritos do espólio de Maria Gabriela Llansol, representam a concretização de um projeto que nasceu das nossas últimas conversas com a escritora, entre finais de 2007 e início de 2008. Foi nessa altura que Llansol nos deu a conhecer um primeiro núcleo de setenta cadernos de escrita (a que se acrescentariam mais seis, descobertos mais tarde), por ela própria numerados a partir de 1974, manifestando então o desejo de começar a transcrever deles, por ordem cronológica, os textos diarísticos que iriam integrar o livro que se seguiria a Os Cantores de Leitura (Assírio & Alvim, 2007), e a que daria o título genérico de Livro de Horas. Este título reflete, assim, uma das últimas vontades de Maria Gabriela Llansol.»
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
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