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A aldeia de Medinas seria um lugar bem mais aprazível não fosse contar-se entre os seus habitantes Álvaro Cobra, um lavrador que atrai fenómenos sobrenaturais e tão depressa é tido por bruxo como por santo: não chorou ao nascer, com três meses já tinha os dentes todos, consegue ouvir a Terra girar sobre si própria, tem uma cadela que adivinha o tempo e, além disso, já morreu duas vezes – mas ressuscitou, e desde então um bando de grifos faz ninho no seu telhado.
Ao ficcionar uma aldeia alentejana em finais do século xix – na qual judeus, árabes e cristãos andam às turras e os mitos ganham terreno à realidade –, Carlos Campaniço oferece-nos uma galeria de personagens inesquecíveis, que vão de um anarquista alfabetizador à dona de um bordel ambulante, e recicla de forma original o realismo mágico para revisitar as virtudes e os defeitos das pequenas comunidades rurais do nosso Portugal.
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