O Filipe gosta de correr, de dar cambalhotas e de ajudar o pai a fazer bolos. Como tantos outros meninos, ele sabe que fica irritado quando joga à bola e perde, e que se sente triste quando alguém chora num filme. O que o Filipe ainda não percebeu é aquilo que o pode fazer FELIZ!A 27 de agosto de 1810, o paiol de Almeida, na região da Guarda, explodiu, destruindo o castelo medieval e a igreja matriz da vila portuguesa. Mas os danos não foram apenas arquitetónicos: cerca de 500 soldados luso‑britânicos morreram na tragédia, o que facilitou a vida aos franceses que nos queriam invadir. Pensem nisto por um instante: Napoleão impusera o Bloqueio Continental, segundo o qual países como Portugal deviam impedir a entrada de navios de comércio britânicos nos seus portos. Portugal precisava do comércio inglês, pelo que não aderiu ao Bloqueio; de modo que viu as suas fronteiras violadas pelo exército francês e, por isso, pediu ajuda ao seu velho aliado inglês. No meio disto, explodiu um paiol, ajudando a causa napoleónica.
Não precisamos de ir mais longe do que isto para nos depararmos com um exemplo de como a grande e a pequena história se combinam e confundem. Caso assistam a um documentário ou leiam uma biografia sobre Napoleão, dificilmente encontrarão uma menção que seja à explosão de Almeida, o tipo de dado que, pela sua pequenez na História, está confinado a mono‑ grafias escritas por historiadores locais. No entanto, uma boa parte dos acontecimentos que mudam o mundo estão repletos destes pequenos acasos, que têm mais peso do que queremos admitir na nossa fortuna.
Pensem em D. João III. O rei viu todos os seus filhos morrerem até nascer João Manuel e contrariar essa sina. Ironia das ironias, João Manuel produziria um varão, D. Sebastião, que tomaria a coroa. Sabemos como a história acaba: com a dinastia dos Filipes. Isto não significa que o objetivo último deste (humilde) livro seja encontrar as mais ínfimas dobras da História nacional e justificá‑las à luz dos acontecimentos do tempo em que ocorreram. Não, antes de mais estes cadernos são uma espécie de declaração de amor a um subgénero literário que podemos apelidar de entretenimento. in Introdução
A história de Nanette Blitz Konig confunde-se com a História dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1938, Nanette era uma menina feliz que vivia com os pais, Martijn e Helene, em Amesterdão. Com o avanço das forças nazis pela Europa e a invasão da Holanda em 1940, Nanette e a sua família sentiram, pouco a pouco, o seu mundo a encolher. Vítimas de xenofobia, seriam excluídos da sociedade holandesa em apenas três anos.
Em setembro de 1944, a menina, que fora colega de Anne Frank no Liceu Judaico de Amesterdão, foi enviada com o pai e a mãe para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Foi aqui que reencontrou Anne Frank no local onde ambas perderam cedo demais a sua juventude e inocência.
O acaso permitiu que Nanette sobrevivesse. Quando os ingleses libertaram Bergen-Belsen, em abril de 1945, ela tinha 16 anos e pesava 31 quilos. Estava viva - e sozinha no mundo. Agora, quase 70 anos depois de ter visto os seus pais e Anne Frank pela última vez, Nanette relata com emoção os encontros com a amiga, contando de forma detalhada o caminho percorrido pela sua família e o seu fim trágico.
A história de Nanette, real e simultaneamente sensível e chocante, narra a luta diária pela sobrevivência, em que teve de vencer o insuportável para conseguir manter-se viva.
sábado, 26 de dezembro de 2015
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