quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Música para Camaleões

Título: Música para Camaleões
Editora: Livros do Brasil
Autor: Truman Capote

Sinopse:
Um psicopata seguidor de Charles Manson em conversa entre cigarros na sua cela da prisão de San Quentin. Uma empregada de limpezas em visita pelas casas dos seus diversos clientes. Marilyn Monroe num funeral a partilhar mexericos sexuais. Uma elegante aristocrata crioula a tocar piano para camaleões num salão da Martinica. E, lado a lado com todos eles, Truman Capote com um olhar de lucidez implacável sobre a poesia e a violência da vida, num relato onde histórias e personagens reais se revelam com o brio estilístico da melhor ficção. Música para Camaleões reúne catorze contos que são, ao mesmo tempo, grande literatura e grande jornalismo, na linha do projeto de narrativa não-ficcional que o autor iniciara brilhantemente com A Sangue Frio. Publicada em 1980, esta foi a última grande obra lançada por Capote. 
 
Opinião:
A introdução que Truman Capote escreve em "Música para Camaleões" é, em si mesma, digna de uma leitura atenta. Para quem não conhece o estilo do autor, como era o meu caso, este texto introdutório serve também de iniciação à prosa de Truman Capote, para além de permitir ao leitor espreitar a sua história de vida e um pouco da sua personalidade. Parece-me uma forma de o autor tentar moldar a interpretação que faremos dos contos que se seguem nas páginas seguintes.
Na primeira parte há um conjunto de contos que incluem aquele que dá título ao livro. Cada um deles assenta num conceito simples, quotidiano, que assenta perfeitamente no estilo prático de Capote. Com metáforas bem medidas, descrições certeiras e reflexões intrigantes, o autor leva-nos com mão firme a admirar a beleza das pequenas coisas.
A segunda parte foi a minha favorita. Inclui apenas o conto "Caixões de Madeira". Um policial, contado na primeira pessoa, que se inclui na literatura não-ficcional que Truman Capote tanto apreciava. É quase um elogio à inteligência do assassino, mas também é o retrato da luta pessoal do detective que investigava o caso e a que temos acesso em primeira mão. 
A parte final inclui conversas do autor com várias personalidade (incluindo Marilyn Monroe) e consigo próprio. Cada diálogo é acima de tudo uma janela para a sua mente.

Reconhecendo a qualidade destes contos, fica a pena de não termos acesso a mais romances completos de Truman Capote. 
Aproveito para recomendar "Capote", para se deslumbrarem com a interpretação de Philip Seymour Hoffman.

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