terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sangue Asteca


Título: Sangue Asteca
Autor: Gary Jennings
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
Em 1530, depois de Hernán Cortés quase extinguir o povo Asteca, o Rei de Espanha, ordena ao bispo do México que lhe faculte informação acerca dos costumes do povo Asteca. O bispo, frei Juan de Zumárraga, redige um documento baseado no testemunho de um ancião. Um homem humilde e submisso que vai chocar a moralidade e os perconceitos do mundo civilizado. O nome dele é Mixtli - Nuvem Obscura.
Após Orgulho Asteca, Mixtli, o mais robusto e memorável de todos os Astecas, continua o relato da sua vida em Sangue Asteca. Mixtli já não é um jovem inocente. A sua infância, as suas viagens e batalhas, a perversidade da corte e os amores perdidos fizeram de Mixtli um homem marcado pelas cicatrizes de uma vida atribulada e muitas vezes trágica. O realismo e o desfecho desta maravilhoso livro, contam uma história que o leitor jamais irá esquecer.
A História de Mixtli é em grande parte a história do próprio povo Asteca: épica e de uma dignidade heróica. Este é o princípio e o fim de uma colossal civilização.

Opinião:
Na segunda parte (leia-se volume) da obra "Asteca" de Gary Jennings, encontramos todas as qualidades da primeira, com mais emoção, mais sangue e mais humor.
Se Mixtli teve uma infância atribulada, recheada de eventos que me apertaram o estômago, a sua vida de adulto foi devastadora. Eu sei que é apenas uma personagem de ficção, mas é descrito de forma tão vincada que sofri com ele cada evento destruidor e admiro-lhe a coragem para continuar a jornada e estar agora em frente aos espanhóis a contar tudo isso, sem poupar nos pormenores.
Finalmente chegamos a tempo de assistir à chegada dos navios espanhóis. Confesso que conheço pouco da história da conquista do México e contava com confrontos bem violentos. Não é que não os haja, assim como violações, escravatura... Porém houve também muita política e diplomacia da parte de Hernán Cortés. Aliás, se não fosse a sua astúcia, muito provavelmente teriam morrido muitos mais astecas e espanhóis. Por outro lado, o Venerado Orador foi demasiado hesitante e o processo poderia ter sido gerido de forma a que cultura tivesse sobrevivido durante mais tempo.
Se esses cenários alternativos seriam bons ou maus, é difícil dizer. Ambos os povos cometeram atos igualmente inumanos e desprezíveis. É o encanto desta obra, mostra-nos os dois lados sem esconder nada e deixa-nos decidir de que "lado" estamos. 

No conjunto, é um livro extraordinário. Não tenho dúvidas que será um dos melhores romances sobre a civilização asteca (talvez o melhor...) e não é fácil encontrar romances históricos deste calibre.

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