sábado, 11 de julho de 2015

Linda - como no homicídio Linda

Título: Linda - como no homicídio Linda
Autor: Leif G.W. Persson
Editora: Bertrand Editora

Sinopse:
Evert Bäckström, um inspetor «atarracado e primitivo» faz a sua estreia no primeiro livro da trilogia com o seu nome.
Durante um verão invulgarmente quente na Suécia, em que a grande notícia são mesmo as temperaturas, uma jovem é assassinada. Os principais efetivos da polícia de Estocolmo estão de férias e o caso é entregue a Evert Bäckström, um homem que dá mais trabalho do que cem delinquentes, se não mais.
Enquanto o homicídio de Linda ocupa as primeiras páginas dos jornais sensacionalistas e dos noticiários televisivos, Bäckström lidera uma investigação que quase lhe escapa das mãos, não fosse o esforço extraordinário da sua equipa.
Uma magnífica intriga policial, onde brilha sobretudo a sátira através do seu protagonista, o anti-herói e politicamente incorreto Evert Bäckström.

Opinião:
Numa tentativa de variar um pouco o registo literário, a possibilidade conduziu-me inevitavelmente ao género policial, excelente para abalar a melancolia do romance literário. Sentindo-me ainda mais aventureira, voltei a tentar o afamado género policial nórdico, que nos últimos anos tanta publicidade tem gerado.
"Linda" inicia uma série de policiais com o mesmo protagonista - o detetive Evert Bäckström - descrito como a antítese do herói ideal. Tornou-se suficiente famoso ao ponto de inspirar a realização de uma série televisiva com a série televisiva. Tudo motivos que elevam a antecipação a uma leitura!
Mas não foi uma leitura fácil. A estrela policial é tudo o que prometia ser - mal-educado, abusivo, preguiçoso, alcoólatra e irresponsável. O caso em questão é intrigante - uma jovem recruta policial é brutalmente assassinada com todo um cariz sexualmente pervertido associado. E a busca pelo assassino é difícil e intrigante - não consegui, em todo o livro, antecipar o seu desfecho. Mas alguma coisa não funcionou para mim, como leitora.
O livro está escrito de forma a ilustrar com alguma precisão os meandros práticos e burocráticos por que passa uma investigação deste género. Aparentemente, a Suécia é tão versada em multiplicação de papelada quando Portugal, o que torna a leitura cansativa e entediante. Se juntarmos ao processo moroso uma personagem com a qual não senti nem afinidade nem repulsa extrema, não consegui encontrar na leitura aquele apelo que me prega às páginas, que me dá alento para meia hora de leitura antes de adormecer, mesmo quando estou cansada. 
Assim, confesso que terminei a leitura por teimosia. O final surpreendente trouxe-me algum consolo, e reconheço vários méritos ao livro, nomeadamente no retrato, provavelmente fiel, de uma investigação atual.
Não consigo encontrar fascínio nas leituras nórdicas. Sinto falta do romancear de factos ainda que estes sejam apenas factos.

Uma leitura interessante para fãs do género. Sem dúvida, uma personagem diferente da apresentada no género policial.

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