“Se o meu livro As Cidades Invisíveis continua a ser para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha conseguido reunir numa única representação todas as minhas reflexões, experiências e conjecturas.”
Assim se refere o próprio Italo Calvino – um dos escritores mais importantes e estimulantes da segunda metade do século xx – a este livro surpreendente, em que a cidade deixa de ser um conceito geográfico para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana.
O diário Dias Comuns, de José Gomes Ferreira, começou a ser publicado em 1990, cinco anos após a sua morte.
Este sétimo volume, Rasto Cinzento, debruça-se no período entre 1 de Janeiro e 17 de Agosto de 1969. Aqui se revela muitíssimo da vida do autor, da sua obra e pensamentos mais íntimos, mas também histórias e momentos do panorama literário e político português de finais da década de 60. Naturalmente são referidas figuras e nomes dos meios político e culturais da época, como por exemplo: Amália Rodrigues; Alexandre Pinheiro Torres; Ary dos Santos; Augusto Abelaira; Carlos de Oliveira; Fernando Lopes Graça; Fernando Namora; José Cardoso Pires; Maria Teresa Horta; Mario Cesariny, Mário Dionísio; Mário Soares; Miguel Torga; Natália Correia; Nikias Skapinakis; Óscar Lopes; Sophia; Urbano Tavares Rodrigues, entre outros.
Nascida em 1888, tal como Fernando Pessoa, e contemporânea de Florbela Espanca, outra mulher a quem quiseram aplicar o rótulo de “poetisa”, Judith Teixeira rompeu corajosamente com o padrão do silenciamento das mulheres no contexto de Portugal das anées folles, para se tornar um sujeito activo, que desvendou o corpo feminino sem pejo. Esta edição traz a lume cerca de vinte poemas desconhecidos e uma conferência inédita, além de reunir cinco obras de poesia e prosa que a autora publicou em vida. No seu conjunto, o presente volume permite-nos situar devidamente esta escritora no lugar que lhe pertence por direito próprio, ou seja, em plena vanguarda modernista.
Único romance de Emily Brontë, publicado em 1847, um ano antes da sua morte, O Monte dos Vendavais foi considerado lúgubre e chocante pelos padrões de meados do século XIX. No entanto, esta história sombria de paixão e vingança, ambientada nas charnecas solitárias do Norte da Inglaterra, provou ser um dos clássicos mais duradouros da literatura inglesa. A turbulenta e tempestuosa história de amor de Catherine Earnshaw e Heathcliff abrange duas gerações: desde o tempo em que Heathcliff, um rapaz grosseiro e estranho, é adoptado pelo patriarca da família Earnshaw – o senhor do Monte dos Vendavais –, passando pelo casamento de Cathy com Edgar Linton e a terrível vingança de Heathcliff, até à morte de Cathy, anos mais tarde, e à eventual união dos herdeiros das famílias Earnshaw e Linton.
Uma das mais maravilhosas histórias de amor de todos os tempos, O Monte dos Vendavais permanece hoje tão comovente e convincente como quando foi publicado pela primeira vez.
sexta-feira, 6 de março de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário