De Lisboa ao Alentejo, de Roma e Milão a Veneza, de São Paulo ao Rio de Janeiro, de Pula a Luanda, de uma onírica ilha de Madagáscar a um imaginário Comboio Fantasma, da Aldeia Aérea a uma viagem ao Centro da Terra, as figuras já conhecidas dos leitores d’A Paixão (publicado pela primeira vez há 50 anos), de Cortes e Lusitânia vagueiam, viajam, divagam em secretas demandas entre delírio e lucidez, entre ilusões e desejos, desilusões e novos desejos, nas incertezas e nos riscos de mil novecentos e setenta e cinco, durante apenas dois meses mas dois meses decisivos, divididos entre a esperança e o perigo.«Em minha casa, detestávamos pessoas bem-falantes, palavras caras. De uma vez, apareceu a prima Maria Lucília a dizer já não sei porquê:
— Fiquei muito confrangida.
Passámos a chamar-lhe “a confrangida”.
Sempre que aparecia alguém na televisão a declamar poesia ou a falar de poesia, desligávamos a televisão.»
DE QUE SERVIRIA
Aquilo que somos não é aparente,
não podemos explicar o sofrimento
de onde procede este amor.
Mas eu não vim para te dizer
como as sombras mistificam
o mundo: não me perguntes nada.
Tu já és a causa por detrás da máquina
dos dias, se eu for por essa terra fora
será para chamar por ti.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
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