No dia 21 de novembro, a Porto Editora publica um livro surpreendente: A Viagem do Elefante, romance de José Saramago, adaptado para banda desenhada por João Amaral. Resultado de um trabalho de quase três anos, este livro, que tem a particularidade de ser narrado pelo Nobel português, relata a viagem do elefante Salomão, um presente do rei D. João III para o arquiduque Maximiliano da Áustria, de Lisboa até Viena, guiado pelo indiano Subhro.
Como diz Pilar del Río, no prefácio que escreveu para este livro, «o caminho até Viena é tortuoso: João Amaral sabe-o bem porque o esteve a desenhar durante mais de dois anos passo a passo. […] João Amaral estudou muito bem aquilo que José Saramago havia escrito e logo que o soube com todas as letras pintou-o para que nada na sua banda desenhada fosse falso».Numa manhã de setembro de 1972, na remota ilha de Öland, na Suécia, o pequeno Jens aventura-se na densa névoa, movido pelo desejo de explorar o mundo para além do jardim dos seus avós maternos; não regressaria mais a casa. Depois de vasculhada toda a ilha, a polícia convence-se que o menino terá caído ao mar e morrido afogado.
Vinte anos mais tarde, a mãe, Julia, recebe uma chamada inesperada do pai, um reformado mestre de embarcações, a residir ainda em Öland, dizendo-lhe ter recebido nessa mesma manhã uma encomenda anónima com uma das sandálias que Jens calçava naquele dia fatídico.
À luz de novas provas, é forçoso que Julia regresse à ilha para encetar novas investigações. Apesar de contrariada, acaba por aceitar o regresso à terra onde cresceu e, depressa, pai e filha se verão enleados num puzzle que os retém presos ao passado. Pela primeira vez, Julia ouve falar de um personagem mítico de Öland, um tal Nils Kant, que em tempos fora o homem mais temido. Mas há muito que Nils está morto e enterrado. Antes mesmo do desaparecimento de Jens. Não obstante, há gente que afirma tê-lo visto deambular pelos bosques ao cair da noite…
A Hora das Sombras marcou a estreia literária de Johan Theorin com um thriller que deixa o mesmo sabor amargo típico da inquietude presente nas obras-primas de Hitchcock.
Na próxima sexta-feira, dia 14 de novembro, é publicado pela Porto Editora Poemas Completos, o novo título para o livro que passa a reunir a poesia de Herberto Helder. Esta obra segue a fixação empregue na edição anterior, Ofício Cantante, e inclui já os esgotados Servidões — considerado o livro do ano em 2013 por grande parte da crítica especializada — e A Morte sem Mestre, publicado este ano, sobre o qual escreveu Miguel Esteves Cardoso: «Só um livro me faz, ao mesmo tempo, invejar, estremecer, rir, chorar e permanecer vivo à espera de mais: A Morte Sem Mestre, de Herberto Helder. […] Que eu me lembre não há outro que não tenha sido escrito por ele. E eu lembro-me de tudo. […] é um milagre de um livro. Escrito por uma pessoa: Herberto Helder.»
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
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