A Conversa de Bolzano — mais uma das obras-primas do grande escritor húngaro — é um romance sensual e repleto de suspense sobre o sedutor mais famoso do mundo e o encontro que o irá mudar para sempre. Em 1756, Giacomo Casanova escapa de uma prisão veneziana e ressurge na pequena cidade de Bolzano. Aqui, Giacomo recebe um visitante indesejado: o envelhecido, mas ainda temível, duque de Parma, que anos antes o havia derrotado num duelo por uma dama deslumbrante chamada Francesca, tendo-lhe poupado a vida sob a condição de que não voltasse a vê-la. Agora, o duque está casado com Francesca — e intercetou uma carta de amor do seu antigo rival. Ao invés de matar Casanova de imediato, o duque faz-lhe uma oferta surpreendente, que é lógica, perversa e irresistível.
Transformando um episódio histórico numa brilhante exploração ficcional sobre a ligação entre desejo e morte, A Conversa de Bolzano é outra prova de que Sándor Márai é uma das vozes mais marcantes do século xx.
O livro, o 25.º romance do autor, tem como fio condutor um prédio algures em Lisboa e as vidas das pessoas que nele vivem, mas este é apenas um pretexto para António Lobo Antunes nos maravilhar com a sua escrita única e a sua descida cada vez mais fundo ao que de mais íntimo há em cada um de nós.Filha de um papa, três casamentos, um marido assassinado, um filho ilegítimo… tudo em apenas trinta e nove anos, em pleno Renascimento. A vida de Lucrécia Borgia foi realmente incrível e merece, sem dúvida alguma, ser contada. Tentaram-no escritores, filósofos, historiadores, e, recentemente, foram-lhe dedicadas séries televisivas de sucesso, tanto em Itália como no estrangeiro. Agora, Dario Fo, Prémio Nobel, afastando-se das reconstituições escandalosas ou puramente históricas, revela-nos num romance magistral, o único escrito pelo autor, toda a humanidade de Lucrécia, libertando-a dos clichés de mulher dissoluta e incestuosa e inserindo-a no contexto histórico e na vida quotidiana da sua época. Assim, ante os nossos olhos desfila o fascínio das cortes renascentistas, com o papa Alexandre VI – o mais corrupto dos pontífices –, o diabólico irmão Cesare, os maridos de Lucrécia – perseguidos, mortos, humilhados – e os seus amantes, acima de todos Pietro Bembo, com o qual partilhava o amor pela arte e, em especial, pela poesia e pelo teatro. Todos peões dos impiedosos jogos de poder. Uma verdadeira academia do nepotismo e do obsceno, entre festas e orgias. Lançar luz sobre os problemas mais sérios e, ao mesmo tempo, não proferir uma única frase séria, estar fascinado pela realidade do mundo contemporâneo e, ao mesmo tempo, evitar qualquer realismo, eis A Festa da Insignificância, o novo romance de Milan Kundera, 13 anos depois do anterior, no qual o autor coloca em cena quatro amigos parisienses que vivem numa deriva inócua, característica de uma existência contemporânea esvaziada de sentido.
Os que conhecem os livros de Kundera sabem que a intenção de incorporar uma parte de «não-sério» num romance não é de todo inesperada. Em A Imortalidade, Goethe e Hemingway passeiam juntos por vários capítulos, conversando e divertindo-se. E, em A Lentidão, Vera, a esposa do autor, diz a seu marido: «Sempre me disseste que um dia querias escrever um romance em que nenhuma palavra fosse a sério... Só quero avisar-te: cuidado, os teus inimigos esperam-te.»
No entanto, em vez de prestar atenção, Kundera realiza finalmente na plenitude o seu velho sonho estético neste romance, que pode ser visto como um resumo surpreendente de toda a sua obra.
Com crise ou sem ela, o pão e o vinho nunca faltaram na mesa dos Portugueses, fazendo parte da sua matriz identitária; nas últimas décadas, tornaram-se até produtos de culto, multiplicando-se pelo País fora as padarias que vendem pães de todo o tipo e os produtores de vinho que oferecem verdadeiros elixires a que ninguém resiste. O presente livro aborda as origens destes dois elementos tão típicos da nossa gastronomia, mas vai muito mais longe, resgatando do património etnográfico as tradições a eles associadas. Adivinhas, provérbios, superstições, contos e lendas, manifestações religiosas e culturais, apontamentos sobre o seu uso na culinária, bem como um sem-número de curiosidades divertidas e inesperadas, compõem uma obra irresistível sobre a história do pão e do vinho que tantas vezes se confunde, afinal, com a da nossa existência e sobrevivência.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
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