Os Crimes da Rua Morgue e Outras Histórias

Título: Os Crimes da Rua Morgue e Outras Histórias

Autor: Edgar Allan Poe

Editora: 11x17

Sinopse:

Os Crimes da Rua Morgue é considerado por muitos como a primeira obra policial de sempre. 

Mãe e filha são encontradas mortas num edifício situado na rua Morgue, uma artéria ficcional parisiense. As vítimas foram brutalmente assassinadas e a sala onde foram descobertos os cadáveres encontra-se trancada por dentro. Para adensar o mistério, os vizinhos alegam ter ouvido o assassino a falar numa língua estranha que ninguém consegue identificar. Quando um homem é acusado do crime, C. Auguste Dupin, um indivíduo solitário e de aguçada inteligência, oferece-se para ajudar a polícia de Paris a resolver este caso aparentemente sem solução e impedir que um homem inocente seja preso por um crime que Dupin acredita que ele não cometeu. Um pêlo encontrado junto dos corpos leva-o a crer que o assassino poderá não ser humano…

Opinião:

Edgar Allan Poe é famoso pelos seus poemas ricos em cenários obscuros e metafísicos. Descobrir a sua vertente policial foi, para mim, uma surpresa. 

Muito antes de Sir Arthur Conan Doyle idealizar a personagem de Sherlock Holmes, Edgar Allan Poe criou Dupin, um cínico e obscuro pensador com uma clara veia policial da qual retira grande prazer ao aplicar o seu raciocínio extremamente dedutivo. Com um texto rico e deliciosamente complexo, qualquer fã de Doyle percebe o paralelismo óbvio entre Sherlock Holmes e Dupin.

Apesar de se tornar denso e intrincado passear entre os meandros do raciocínio do nosso herói, é delicioso perceber o seu rumo e ser capaz de, com Dupin, esmiuçar argumentos e factos que conduzem a uma realidade tão evidente depois de explicada que não percebemos de onde vinha a dúvida e a estranheza inicial.

Em três pequenos casos, Poe inicia uma corrente literária que ainda hoje é explorada, sobre ângulos cada vez mais diversificados, potenciados com o avanço tecnológico e tantas vezes transpostos para os grande e pequeno ecrã.

Uma obra obrigatória para qualquer leitor que se classifique como fã de Sherlock Holmes. Garantidamente, será Dupin a tomar a primazia sobre este.