Frederico Lourenço, no seu prefácio a esta edição: «Trata-se de um livro cujo carisma de perfeição tenho vindo a confirmar renovadamente através de sucessivas releituras ao longo de várias décadas: livro onde não encontro somente alguns dos momentos mais altos da obra da autora, porque nele se encontram alguns dos momentos mais extraordinários de toda a história da poesia em língua portuguesa. Digo mais: Geografia contém enunciados poéticos que disputam com famosos versos de Virgílio, de Racine e de Keats a palma do verso mais belo da literatura universal.»Embora, cronologicamente, Livro Sexto seja o sétimo livro de poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, a autora optou por este título para vincar a opção que tinha tomado relativamente ao livro O Cristo Cigano — de facto o seu sexto livro — retirando-o da sua obra poética. Uma opção que só abandonou já neste novo século.Fernando Pessoa, um génio da língua portuguesa, tem sido comentado por críticos literários, filósofos, psicanalistas, sociólogos ou historiadores, e circulam a seu respeito as opiniões mais díspares. Para que melhor se conheça o conjunto da obra do escritor, respetivos heterónimos e contextos, a Assírio & Alvim publica Introdução ao Estudo de Fernando Pessoa, um livro escrito por Fernando Cabral Martins que chega às livrarias no dia 19 de setembro.
Recentemente completada a publicação da sua poesia, para além de revelados novos conjuntos de textos em prosa narrativa e ensaística, esta introdução a Fernando Pessoa percorre toda a história da escrita e as essenciais linhas temáticas da sua obra, tal como hoje é conhecida. A sua extensão e complexidade implicam que certos aspetos dela possam apenas ser referidos de passagem, mas tenta-se aqui desenhar as suas linhas principais, como as diferentes relações entre os autores inventados, ou a importância dos papéis que a política, a ciência e a filosofia desempenham em toda a cena, procurando fundamentar tudo isso nos textos e contextos do escritor.A 19 de setembro, a Assírio & Alvim publica uma nova edição da versão integral do Livro do Desassossego na coleção Pessoa Breve, com edição a cargo de Richard Zenith.
Publicado pela primeira vez em 1982, quase meio século após a morte de Fernando Pessoa, o Livro do Desassossego é uma obra- -prima pouco convencional, resistente às habituais classificações literárias. A palavra desassossego refere-se à angústia existencial do narrador, mas também à sua recusa em ficar quieto, parado. Sem sair de Lisboa, este viaja constantemente na sua maneira de ver, sentir e dizer. Ler este livro, repleto de emoção e observações penetrantes, é uma experiência estranhamente libertadora. À semelhança do que acontece com outros títulos da coleção Pessoa Breve, que conta já com sete livros, a presente edição procura, na medida possível, respeitar a visão que o próprio autor nutria para a sua publicação, inclui todo o material explicitamente destinado à obra e alguns textos adicionais que, com quase toda a certeza, lhe pertencem e cujo estatuto conjetural é, de qualquer modo, assinalado. A transcrição dos originais, constantemente melhorada ao longo dos anos, é a mais apurada de todas as edições feitas até à data.A 12 de setembro, a Assírio & Alvim lança — na coleção Gato Maltês — Mendel dos Livros, uma obra de Stefan Zweig até agora inédita em Portugal.
Traduzida diretamente do alemão por Álvaro Gonçalves, esta novela foi escrita em 1929 e publicada, em folhetim, no jornal diário vienense Neue Freie Presse, de que Zweig era colaborador permanente. Narra-se aqui a história de um judeu ortodoxo galiciano, estabelecido há anos em Viena como alfarrabista/vendedor de livros ambulante, e cujo único interesse eram os livros que comprava e vendia a universitários e académicos de Viena. Esta história constitui, espantosamente, a antecipação em mais de uma década do definhamento do próprio autor: a metáfora de um escritor, «cidadão europeu», pacifista empenhado, entregue de corpo e alma, como o próprio Mendel o era aos seus queridos livros, à criação de uma obra literária europeia com características universais, mas que, vítima da barbárie nacional-socialista, perde tudo: o seu país, a sua língua, os seus leitores da língua alemã, para quem escrevia, e o próprio sentido da vida.
A Palavra Imediata é o novo Livro de Horas de Maria Gabriela Llansol, cujo título aponta desde logo para o seu conteúdo. Este quarto volume não resulta, como os anteriores, da sequência cronológica dos diários manuscritos, mas é totalmente constituído por quase mil papéis avulsos dispersos no espólio da escritora, organizados, anotados e transcritos por João Barrento. A Assírio & Alvim publica esta novidade no dia 19 de setembro.
As aparas da escrita e dos dias nesses papéis avulsos espelham, com os cadernos, o respirar diário de um ser-de-escrita para quem o mundo e a experiência só existem quando ganham esse corpo, essa volátil e sólida existência de papel. Llansol escreve, anota, transcreve, para sentir na letra a respiração do ser, os ritmos de existir, a mão a entrar no pensamento.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário