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Poucos leitores parecem estar cientes de que Hermann Hesse, o autor de romances épi¬cos como O Lobo das Estepes ou Siddharta, escreveu igualmente magníficos textos de prosa poética. Esta colectânea reúne os contos mais emblemáticos da obra do autor, onde se inclui Os Dois Irmãos (Die beiden Brüder), o seu pri¬meiro trabalho em prosa, escrito quando Hesse tinha apenas dez anos.
São pequenas histórias, em linguagem sim¬ples mas plenas de simbolismo e referências filosóficas, que remetem para um mundo além da efabulação. A experiência como elemento unificador do homem e do universo, a busca de harmonia e unidade do indivíduo no seu confronto com o mundo são temas que per¬passam estes contos onde habitam a fantasia e a visão mágica dos seres e da Natureza.
Erica e Patrik sobreviveram ao trágico final de A Sombra da Sereia, mas não saíram incólumes desses terríveis eventos. Ainda a recuperar, Patrik regressa à esquadra depois de uma baixa prolongada. Mal se sentou na secretária viu-se envolvido numa nova investigação. Mats Sverin, um antigo colega de liceu de Erica, foi encontrado morto em casa com uma bala na cabeça. Mas ninguém tem nada a dizer dele. Por onde passou deixou boas recordações e todos parecem concordar que era um jovem simpático, apesar de nada deixar transparecer da sua vida privada.
E é este o grande desafio de Patrik: chegar à verdade por detrás das aparências. Mais uma vez vai contar com a inesperada ajuda de Erica para descobrir o horror que esconde a sinistra ilha de Gråskär, a ilha dos espíritos, onde se refugiou uma antiga namorada de Mats com o filho…
O telefonema que arranca da cama George Smiley, ex-chefe do Circus, agora reformado, é uma súplica para que volte ao serviço activo para investigar o assassínio de um outro agente britânico, um ex-general soviético exilado em Inglaterra.
Smiley descobre que o general, como era conhecido, havia reunido informações sobre o famoso agente soviético Karla, e as características do crime não lhe deixam dúvidas de que este foi perpetrado por uma das equipas de assassínio do Centro de Moscovo. Mas o novo chefe do Circus está mais interessado em abafar um potencial escândalo, e propõe a Smiley que afaste qualquer ligação do crime com os serviços secretos britânicos, pois isso seria prejudicial para a política de détente com a União Soviética. No entanto, Smiley decide procurar os exilados que trabalhavam na rede de informações do general e reconstituir todos os seus passos até encontrar as provas que possibilitarão, finalmente, preparar o duelo final com o seu eterno inimigo Karla.
A toupeira foi eliminada, mas a devastação que deixou na sua esteira depauperou gravemente os serviços secretos britânicos. Investido da chefia do Circus, numa altura em que a organização se encontra altamente comprometida, George Smiley lança-se numa campanha que visa pôr a descoberto aquilo que o Centro de Moscovo mais deseja ocultar, obstinando-se em reunir provas de que Karla prepara uma grande operação no Extremo Oriente. Talvez por aí se possa iniciar a reconstrução do Circus. Mas, para isso, são necessários agentes livres de qualquer suspeita, indivíduos que a toupeira não tenha detectado ou conhecido. E Smiley acredita ter encontrado o homem certo: um aristocrata tão digno e frustrado como a própria Grã-Bretanha; um ilustre colegial cuja respeitabilidade poderá ser arruinada por uma contraoperação que se revela pouco ética, como todas as operações de espionagem, mas na qual reside a grande oportunidade de o Circus renascer das cinzas.
Publicados entre 1961 e 1964, nos quatro livros aqui reunidos – Os Insubmissos; Exílio Perturbado; As Máscaras Finais; Terra Ocupada – sobressai o escritor de resistência dos anos 60 e 70 que, regressado a Portugal, se empenha a fundo na denúncia do sistema, tornando a sua ficção grito de revolta.
Como o próprio autor destaca na sua Nota Prévia ao livro: «os anos sessenta impunham-nos a dimensão do testemunho e do protesto, a que não me furtei.»
Este terceiro Volume das Obras Completas de Urbano Tavares Rodrigues surge após a publicação de Nenhuma Vida – romance breve, de acordo com a designação do autor, concluído semanas antes de falecer, a 9 de Agosto de 2013, em Lisboa.
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