domingo, 4 de maio de 2014

O Cerco de Leninegrado

Título: O Cerco de Leninegrado
Autor: Michael Jones
Editora: Bizâncio

Sinopse:
O cerco de Leninegrado foi a tentativa de Hitler de erradicar pela fome a população de uma cidade inteira. Martirizados pela fome, pelos rigores do frio, os habitantes da cidade testemunharam os actos mais vis de miséria humana e os mais nobres actos de solidariedade. Só recentemente, muitos dos diários, poemas e pinturas feitos durante o cerco foram disponibilizados para consulta pública nos museus e arquivos de São Petersburgo. Michael Jones teve acesso a este espólio, falou com sobreviventes e traz-nos um relato de viva voz da extrema crueldade e da suprema bondade que se revelam quando a vida de todos os dias mergulha no mais absoluto horror.

Opinião:
De entre tantos livros que já me passaram pelas mãos sobre a Segunda Guerra Mundial, assim como inúmeros filmes inesquecíveis, nunca tinha presenciado qualquer tipo de relato sobre os horrores passados em Leninegrado. Foi, então, uma grande surpresa cada testemunho doloroso que encontrei nas páginas deste livro. Penso que isto dever-se-á a dois motivos: à nossa cultura extremamente "ocidentalizada" e aos esforços extremos da Política Russa de esconder os horrores que a sua população enfrentou, sob o olhar calmo dos seus líderes.
Acima de tudo, este título é um documento formado a partir de todo o material que o autor conseguiu reunir. Desde notícias, fotografias, desenhos realizados durante o período mais negro da fome e diários encontrados na cidade. 
Para vos deixar uma ideia do cenário que a população de São Petersburgo enfrentou, imaginem uma cidade populosa, privada de alimento, apenas com uma ração ínfima de pão adulterada, privada de água canalizada, de luz eléctrica, de combustível, atravessando um Inverno de temperaturas inferiores a 10 graus negativos. Os cadáveres acumulavam-se, e o de mais negro do ser humano emergia: roubo, assassinato e canibalismo. Por outro lado, actos da maior generosidade aguentaram a população durante dois anos de provações.
Por vezes o relato é um pouco desorganizado, pois é construído de vários retalhos, mas a imagem final que fica é por certo a que o autor pretendia.

Um verdadeiro documento sobre um dos cenários mais negros e esquecidos da História da Humanidade.

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