Em Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero – a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.Quando na economia crescem as dívidas, no amor cres¬cem as dúvidas. Foi a crise económica a culpada do fa¬lhanço do casamento de Leonardo e Constança, ou ha¬via razões mais profundas e secretas? Confrontado com a notícia de um terrível acidente no Brasil, onde estão Constança e os seus filhos, Rita e Leonardinho, o me¬lhor amigo de Leonardo vai acompanhá-lo numa difícil viagem à Bahia.
É durante esse voo que Rafael se irá recordar como tudo começou, com a majestosa festa de casamento dos seus amigos, na quinta da família de Constança, no ano de 1998.
Quase vinte anos de memórias da vida de um grupo de amigos são percorridos, desde os tempos em que eram mais novos e acabados de se formar nas universidades, passando pelos casamentos e pelos nascimentos dos fi¬lhos, pela época eufórica em que o futuro era risonho e todos viviam bem, moravam em excelentes casas e via¬javam pelo mundo felizes, até aos dias em que a felici¬dade começou a ruir, os casamentos a falhar, as traições a surgir, e a crise económica a gerar falências, dívidas e desilusões.
No ano em que se comemora o centenário do iní-cio da Primeira Guerra Mundial justifica-se uma reflexão sobre um conflito que contou com a par-ticipação dos portugueses e mudou para sempre a vida da humanidade.
No período compreendido entre Julho de 1914 e Novembro de 1918, os portugueses participaram em três frentes de combate: Angola, Moçambique e Flandres. Portugal tinha recentemente implan-tado a república e a vida social, económica e política do país evidenciava uma forte e natural instabilidade que foi acelerada pela cisão do velho Partido Republicano Português e pelas diferentes tentativas de restauração da monarquia.
Por detrás da participação neste conflito encontram-se algumas relações causais entre a maçonaria, organizada no Grande Oriente Lusitano Unido, e as decisões de diferentes governos republicanos que originaram o envolvimento de Portugal na Grande Guerra.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
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