O volume Mensagem e outros poemas sobre Portugal
revela-nos agora cinco poemas inéditos que revolucionam o
nosso conhecimento sobre Fernando Pessoa ortónimo. De
acordo com Richard Zenith, pensava-se até agora que
Fernando Pessoa, em adulto, só tinha começado a versejar
em português em 1908 — os poemas inéditos incluídos
neste volume, datáveis de 1906, colocam em causa essa
teoria. Para além da Mensagem, e dos poemas inéditos,
este livro inclui ainda poemas antimonárquicos,
antissalazaristas e muitos outros relacionados com a
história, a política e o destino de Portugal.Poemas Esotéricos apresenta-nos uma antologia rigorosa de
um dos temas que mais fascinaram Fernando Pessoa, e que
mais fascina os seus leitores. A temática do oculto está muito
presente na obra de Fernando Pessoa, sobretudo na poesia
que assina com o seu próprio nome. O mistério, Deus, o
além, o símbolo, a iniciação são alguns dos seus elementos.
Aqui se antologiam poemas ortónimos marcados pelo
esoterismo, que são também dos mais belos que escreveu.
Sobre a poesia de Daniel Jonas escreveu-se recentemente que «[…] atravessa tempos diversos: o clássico, o romântico, o moderno, numa apoteose de rastos e linhagens que comparecem subtilmente. Nela encontramos, no mais alto grau, a ideia da linguagem poética como concentração e densidade. Ela é hábil nos jogos retóricos e de palavras, mas nunca deixa que isso se torne um exercício fútil e gratuito» (António Guerreiro, Público, 2014). Nó é um surpreendente livro de sonetos que será publicado pela Assírio & Alvim no dia 24 de abril.
Do ventre da baleia ergui meu grito:
Senhor! (dizer teu nome só é bom),
Em fé, em fé o digo, mesmo com
Um coração pesado e contrito
Que és de tudo verdade e não mito,
O coração do amor, de todo o dom,
Conquanto seja raro o bem e o bom
E toda a luz aqui me falhe, és grito
Que chama toda a chama de esperança
E acorda a luz que resta à réstia eterna,
Conquanto viva o mártir na espelunca
Da vida (quem espera amiúde alcança)…:
Possa o nazireu preso na cisterna
Sofrer de ser só tarde mas não nunca.«Nestas trezentas e tantas páginas desvenda-se uma visão do mundo que poetiza todas as coisas. […] O poeta, ao jeito dos grandes mestres asiáticos, enumera e combina estorninhos e nuvens, cisnes e macieiras, tentando que a transparência mas também a densidade misteriosa da natureza revelem a sua especial sabedoria. [...] É uma súmula da poesia de Jorge Sousa Braga, que vê sempre o lírio que há em todo o delírio.»
Pedro Mexia, Público
«A poesia de Jorge Sousa Braga ganha muito em ser reunida: ganha a consistência de uma inventividade, também formal, que abre para uma utopia do literário, para uma libertação da palavra que tem muito mais o carácter de um método do que de uma fórmula. A poesia de Jorge Sousa Braga [...] nasce da mais primordial atitude poética: o amor pelas palavras, pelo ilimitado a que elas dão acesso.»
António Guerreiro, Expresso
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