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Depois de cruzarem oceanos, um homem e um rapaz chegam a uma nova terra. Recebendo ali um nome e uma idade, são alojados num campo do deserto enquanto aprendem espanhol, a língua do novo país. Agora chamados Simón e David, dirigem-se ao centro de realojamento da cidade de Novilla, onde os funcionários são corteses, mas não necessariamente prestáveis. Simón assume então a incumbência de localizar a mãe do rapaz.
Embora, como todos os que chegam a este novo país, pareça estar completamente limpo de todos os vestígios de recordações, tem a convicção de que a reconhecerá quando a vir. E, de facto, ao passear pelo campo com o rapaz, Simón vislumbra uma mulher que tem a certeza de tratar-se da mãe dele, persuadindo-a a assumir esse papel.
E será a nova mãe de David a aperceber-se de que esta é uma criança excepcional, um rapaz inteligente e sonhador, com ideias muito invulgares sobre o mundo.
Ainda adolescentes, Ifemelu e Obinze apaixonam-se. A Nigéria vive dias sombrios sob o jugo de uma ditadura militar e quem pode abandonar o país fá-lo rapidamente. Ifemelu, bela e ousada, vai estudar para os Estados Unidos. Para trás, deixa o país que limita os seus sonhos, a família que adora e Obinze, a quem chama Teto, um nome que testemunha uma intimidade absoluta e irrepetível.
Obinze, introvertido e meigo, planeava juntar-se-lhe, mas a América do pós-11 de setembro fecha-lhe as portas. Sem nada a perder, ele arrisca uma vida como imigrante ilegal em Londres.
Anos mais tarde, na recém-formada democracia nigeriana, Obinze é um homem rico e poderoso. Nos Estados Unidos, Ifemelu é autora de um blogue de culto.
Realizada tendo como base a edição mais recente da Poesia Completa de Natália Correia (Dom Quixote, 1999), esta antologia, organizada, seleccionada e prefaciada por Fernando Pinto do Amaral, destina-se sobretudo à divulgação do essencial da sua obra poética. O critério posto em jogo para seleccionar os poemas pretendeu obedecer a um equilíbrio (naturalmente sempre instável) entre o gosto pessoal do organizador e a representatividade dos diversos períodos da escrita da autora.
Este é, sem dúvida, um livro que poderá facultar aos leitores do século XXI uma visão de conjunto da grande poetisa Natália Correia.
Terceira edição de um livro marcante na obra de Manuel Alegre, Coimbra Nunca Vista, agora com prefácio de Abílio Hernandez Cardoso, que o descreve do seguinte modo:
Mais que cidade, a Coimbra de Manuel Alegre é o poema que ganha corpo neste lado da memória. Onde tudo se regista: os lugares, o som de uma guitarra imprevisível, os corpos que se despem devagar, a luz indizível da manhã, e até o olho vigilante, sempre à coca, sempre pronto a proibir tudo, sobretudo o amor:
Um homem recebe no Natal uma dentadura nova, em vez de cumprir uma pena de prisão. Um rapaz é torturado quase até à morte em nome dos Illuminati. Os nove «cidadãos respeitáveis» de uma banda de metais destroem a vida de uma jovem, e nenhum deles tem de expiar o crime...
Ferdinand von Schirach transformou meros processos penais em literatura de qualidade, com uma intensidade penetrante, de uma forma discreta mas sempre assertiva, num estilo entre o lírico e o lacónico. São as questões intemporais como o bem e o mal, a culpa, a inocência e a responsabilidade que cada um de nós tem de assumir que se destacam.
Compassivo e revelando a mesma elegância e contenção que levou o livro de estreia de von Schirach, Crimes, às listas de best-sellers, Culpa é a impressionante segunda obra de um dos melhores novos talentos da literatura alemã.
Uma surpresa maliciosamente deliciosa, o segun¬do romance de Faulkner, originalmente publicado em 1927, apresenta-nos um colorido grupo de pas-sageiros num cruzeiro em Nova Orleães. A viagem torna-se numa verdadeira feira de vaidades, onde escritores e artistas diletantes, indivíduos insig-nificantes e entediantes parasitas passam o tempo a picar o próximo, sendo retratados por Faulkner tanto como mosquitos quanto como encantadores beija-flores. Uma sátira mordaz e bem-humorada sobre a condição humana que oferece um fasci¬nante vislumbre de Faulkner enquanto jovem artista.
A D. Quixote, no âmbito do seu plano de publicações da obra de António Tabucchi, reuniu em dois volumes a totalidade dos contos do autor. O primeiro, que agora é lançado, junta dois dos seus títulos mais emblemáticos: O Jogo do Reverso e Pequenos Equívocos sem Importância. Neles, com a sua escrita tão singular, Tabucchi, que recebeu alguns dos mais importantes prémios internacionais e está traduzido em mais de quarenta países, aborda questões que atravessam toda a sua obra: o outro lado das coisas, os equívocos, o que está para lá das aparências.
Harry Haller é o Lobo das Estepes: selvagem, estranho, tímido e alienado da sociedade.
O seu desespero e desejo pela morte atraem--no para um submundo encantado e sombrio.
Através de uma série de encontros obscuros – al-ternadamente românticos, bizarros e selvagens –, o misantropo Haller começa gradualmente a re-descobrir os sonhos perdidos da sua juventude.
Este retrato acelerado de um homem que se sente ele próprio meio-humano, meio-lobo tornou-se a bíblia da contracultura da década de 1960, capturando o humor de uma geração descontente e continua, até hoje, a ser uma his¬tória de alienação e redenção humana.
O novo livro de Pepetela remete-nos para uma Luanda nos dias de hoje.
Acompanhamos Heitor, um escritor em início de carreira, o tímido.
Ouvimos a quente voz de Marisa, responsável por um programa de rádio de grande audiência, que a todos encanta e seduz.
Conhecemos Lucrécio, seu marido, uma mente brilhante aprisionada numa cadeira de rodas.
É este o trio que une as diversas histórias e personagens deste romance.
Com a sua habitual mestria, Pepetela volta a surpreender-nos, desenhando uma paisagem imparcial e objectiva da actual sociedade angolana, fruto de muitas mutações culturais e políticas derivadas da sua história recente.

Daniel tinha um plano, uma espécie de diário do futuro, escrito num caderno. Às vezes voltava atrás para corrigir pequenas coisas, mas, ainda assim, a vida parecia fácil – e a felicidade também. De repente, porém, tudo se complicou: Portugal entrou em colapso e Daniel perdeu o emprego, deixando de poder pagar a prestação da casa; a mulher, também desempregada, foi-se embora com os filhos à procura de melhores oportunidades; os seus dois melhores amigos encontram-se ausentes: um, Xavier, está trancado em casa há doze anos, obcecado com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o site que criaram para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; o outro, Almodôvar, foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida. Quando pensa nos seus filhos e no filho de Almodôvar, Daniel procura perceber que tipo de esperança resta às gerações que se lhe seguem. E não quer desistir. Apesar dos escombros em que se transformou a sua vida, a sua vontade de refazer tudo parece inabalável. Porque, sem futuro, o presente não faz sentido.
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