Autor: Richard Morgan
Editora: Saída de Emergência
Sinopse:
Denso e movimentado, Carbono Alterado é uma mistura intrigante da
imageinação de William Gibson, da violência do cinema japonês, da
envolvÊncia do Roman Noir e do charme de Blade Runner.
No século XXV é difícil morrer para sempre. Os humanos
têm um stack cortical implantado nos corpos onde a
consciência é armazenada, podendo ser feito um download
para um novo corpo se necessário. E enquanto o Vaticano
tenta banir essa actividade para os católicos, o secular
multimilionário Laurens Bancroft contrata Takeshi Kovacs
para descobrir quem assassinou o seu último corpo. A
polícia diz que foi suicídio, mas Bancroft sabe que nunca
se mataria. A consciência de Kovacs, cujo último corpo
acabara de ter uma morte violenta a muitos anos de luz
da Terra, é inserida no corpo de um polícia para investigar
este estranho caso. E, para o resolver, Kovacs terá, entre
outras coisas, de destruir alguns inimigos do passado e
lidar com a atracção que sente por Kristin Ortega, a mulher
que amava o corpo onde ele agora se encontra.
Num mundo onde a tecnologia já oferece o que a religião
apenas promete, onde os interrogatórios em realidade
virtual significam que se pode ser torturado até à morte
e depois recomeçar de novo, e onde existe um mercado
negro de corpos, Kovacs acaba de descobrir que a última
bala que lhe desfez o peito é apenas o começo dos seus
problemas…
Opinião:
No século XXV é possível viver para sempre! O mundo ideal? Nem por isso... Mas é um excelente início para um dos melhores thrillers futuristas (ou qualquer thriller, no geral) que já li.
Acompanhamos Takeshi Kovacs e, apenas pelo nome, podemos ver que o autor tenta misturar várias culturas neste mundo. O que não é de estranhar, já que o termo globalização atingiu um sentido bem mais abrangente com as viagens intergalácticas. Takeshi esteve condenado a alguns anos de "congelamento", o que me parece um castigo justo. Imaginem, um criminoso é condenado a 100 anos de congelador e, quando regresso, o mundo está todo do avesso e algum ricalhaço comprou-lhe o corpo. Agora está confinado a outro corpo qualquer, até de outro sexo, ou mesmo "sintético" em último caso. Quando e se voltar a casa, a esposa já tem outro corpo, outro marido, outros filhos e mais 100 anos em cima.
Devaneios à parte, Kovacs vê-se em situações apertadas umas atrás das outras, não deixando ao leitar grande espaço para estas considerações filosóficas e psicológicas. Vão dar por vocês a pensar nas consequências das trocas de corpos, congelamentos, mortes temporárias e etc quando terminarem o livro. Há um pouco para todos os gostos, luta corpo-a-corpo, armas antigas ou futuristas, perseguições, tortura...
Para além de todo o interesse geral do mundo criado pelo autor, o caso em si (um multimilionário com centenas de anos, que se suicida, apesar de ter clones prontos a serem reutilizados mal alguma coisa corra mal) é intrigante, no mínimo, e a solução será inesperada e fascinante.
Não admira que Takeshi tenha sido aproveitado para outros livros do autor, já que pouco mais se pode pedir a um personagem e a um Mundo futurista. Um thriller fundamental e só espero que mais se sigam nas bancas da Saída de Emergência.
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