quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Carbono Alterado

Título: Carbono Alterado
Autor: Richard Morgan
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
Denso e movimentado, Carbono Alterado é uma mistura intrigante da imageinação de William Gibson, da violência do cinema japonês, da envolvÊncia do Roman Noir e do charme de Blade Runner.
No século XXV é difícil morrer para sempre. Os humanos têm um stack cortical implantado nos corpos onde a consciência é armazenada, podendo ser feito um download para um novo corpo se necessário. E enquanto o Vaticano tenta banir essa actividade para os católicos, o secular multimilionário Laurens Bancroft contrata Takeshi Kovacs para descobrir quem assassinou o seu último corpo. A polícia diz que foi suicídio, mas Bancroft sabe que nunca se mataria. A consciência de Kovacs, cujo último corpo acabara de ter uma morte violenta a muitos anos de luz da Terra, é inserida no corpo de um polícia para investigar este estranho caso. E, para o resolver, Kovacs terá, entre outras coisas, de destruir alguns inimigos do passado e lidar com a atracção que sente por Kristin Ortega, a mulher que amava o corpo onde ele agora se encontra.
Num mundo onde a tecnologia já oferece o que a religião apenas promete, onde os interrogatórios em realidade virtual significam que se pode ser torturado até à morte e depois recomeçar de novo, e onde existe um mercado negro de corpos, Kovacs acaba de descobrir que a última bala que lhe desfez o peito é apenas o começo dos seus problemas…

Opinião:
No século XXV é possível viver para sempre! O mundo ideal? Nem por isso... Mas é um excelente início para um dos melhores thrillers futuristas (ou qualquer thriller, no geral) que já li.
Acompanhamos Takeshi Kovacs e, apenas pelo nome, podemos ver que o autor tenta misturar várias culturas neste mundo. O que não é de estranhar, já que o termo globalização atingiu um sentido bem mais abrangente com as viagens intergalácticas. Takeshi esteve condenado a alguns anos de "congelamento", o que me parece um castigo justo. Imaginem, um criminoso é condenado a 100 anos de congelador e, quando regresso, o mundo está todo do avesso e algum ricalhaço comprou-lhe o corpo. Agora está confinado a outro corpo qualquer, até de outro sexo, ou mesmo "sintético" em último caso. Quando e se voltar a casa, a esposa já tem outro corpo, outro marido, outros filhos e mais 100 anos em cima. 
Devaneios à parte, Kovacs vê-se em situações apertadas umas atrás das outras, não deixando ao leitar grande espaço para estas considerações filosóficas e psicológicas. Vão dar por vocês a pensar nas consequências das trocas de corpos, congelamentos, mortes temporárias e etc quando terminarem o livro. Há um pouco para todos os gostos, luta corpo-a-corpo, armas antigas ou futuristas, perseguições, tortura... 
Para além de todo o interesse geral do mundo criado pelo autor, o caso em si (um multimilionário com centenas de anos, que se suicida, apesar de ter clones prontos a serem reutilizados mal alguma coisa corra mal) é intrigante, no mínimo, e a solução será inesperada e fascinante.

Não admira que Takeshi tenha sido aproveitado para outros livros do autor, já que pouco mais se pode pedir a um personagem e a um Mundo futurista. Um thriller fundamental e só espero que mais se sigam nas bancas da Saída de Emergência.

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