Romance autobiográfico dividido em seis dias, A Criação do Mundo, agora reeditado numa edição revista, com nova capa, foi publicado em cinco volumes, entre 1937 e 1981. «O Quarto Dia», um dos poucos testemunhos da Guerra Civil de Espanha publicados em Portugal durante o conflito, foi apreendido pela polícia política e levou Miguel Torga às cadeias de Salazar.Jack Novak – o conceituado guitarrista dos Bitters que há muito conquistou o respeito das elites e o coração das massas – desaparece misteriosamente durante uma digressão da banda pela Europa de Leste, numa madrugada pródiga em estranhos acontecimentos. O incidente dá, por isso, origem a uma onda de especulações e deixa uma multidão de fãs na expectativa de uma verdade que, todavia, tarda em chegar. Um desses admiradores é o português David Almodôvar, crítico de música desempregado e caído em desgraça, que atravessa uma crise existencial e tem um desafio quase impossível pela frente: descobrir o paradeiro de Vera e dar-lhe a derradeira prova de amor que ela lhe exige. Quando os destinos destes dois homens se cruzam, David vê-se confrontado com as motivações de dois desaparecimentos – o da mulher que ama e o do músico que idolatra – e empreenderá uma viagem que lhe permitirá conhecer um segredo que Jack já desistiu de guardar e, ao mesmo tempo, resolver o tremendo impasse em que se encontra.No dia 1 de Janeiro de 1990, Günter Grass começou a redigir um diário que manteve durante treze meses. Ao longo desse período ocorre a reunificação alemã, que se torna a sua principal preocupação. Nesse mesmo ano, Grass desenha, reflecte, escreve, dialoga, lê, cozinha, faz jardinagem e viaja… viaja de uma Alemanha para a outra, da RFA para a RDA, da Alemanha de ontem para uma Alemanha renovada, com desvios momentâneos à sua Gdansk natal, à Dinamarca, a Portugal, a Praga e a Paris, onde escreveu O Tambor. Foi tempo também de retractar intelectuais e políticos com quem se reuniu por diversas ocasiões. Sente-se, neste seu diário, um pro¬cesso de divórcio com o seu próprio país, com anotações que revelam controvérsias, fontes de desespero, mas também a sua sin¬gularidade literária, pontuadas por dezanove ilustrações do próprio autor.13 de maio de 1506: ao desembarcar em Constantinopla, Miguel Ângelo sabe que enfrenta o poderio e a cólera de Júlio II, papa guerreiro e mau pagador, para quem deixou preparada a edificação de um túmulo em Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão Bayazid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe propõe a conceção de uma ponte sobre o Corno de Ouro?
Assim começa este romance, todo ele feito de alusões históricas, servindo-se de um facto concreto para expor os mistérios daquela viagem. Perturbante como o encontro do homem do Renascimento com as belezas do mundo otomano, exato e cinzelado como uma peça de ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um gesto inacabado para a outra margem da civilização.
“Sou um viajante que nunca fez viagens para escrever sobre elas, o que sempre me pareceu estúpido. Seria como se alguém quisesse apaixonar-se para escrever um livro sobre amor.”
Mas é verdade que Antonio Tabucchi viajou muito. E que escreveu sobre as suas viagens. Textos com destinos diversos e até agora inevitavelmente dispersos. Este livro inverte essa tendência: convoca os lugares visitados e revistados reunindo-os numa obra muito especial em que, sobre o mapa do mundo, se desdobram as vastas leituras que anteciparam, provocaram e sempre acompanharam as viagens.
E assim vemos Antonio Tabucchi sentado no pedestal da estátua do abade Faria em Goa; diante do templo de Poseidon no cabo Sunion, na Grécia; no “cemitério marinho” de Sète, no Languedoque. E aí, com ele, partilhamos as reminiscências d’O Conde de Monte Cristo, os versos de Sophia de Mello Breyner, o “mar que se repete” de Paul Valéry.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
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