As Novas Mil e Uma Noites é um livro de histórias. Nem outra coisa poderia ser, já que tal título — New Arabian Nights, no original inglês — nos remete direta e imediatamente para a fabulosa e famosíssima coletânea das Mil e Uma Noites. Xerazade, tal como o ignorado árabe que escreveu as histórias que ela contou, era senhora dos recônditos segredos dessa arte por tantos praticada e por tão poucos conseguida. Também assim aconteceu com Robert Louis Stevenson, que, após a conclusão de cada uma das histórias que coligiu sob os títulos de O Clube dos Suicidas e O Diamante do Rajá, nos faz saber que delas teve conhecimento por intermédio de um suposto manuscrito redigido por um misterioso autor árabe. Com estas discretas alusões, Stevenson não nos revela apenas a sua admiração pelas histórias das Mil e Uma Noites. Diz-nos também que o seu objetivo, ao escrever umas Novas Mil e Uma Noites, era idêntico ao de Xerazade; ou seja, o Escocês das Arábias — chamemos-lhe assim — pretende apenas que quem o leia possa passar o tempo sem se dar conta de que o tempo voa, tal como aconteceu com o príncipe árabe, aquele que julgava ser o dono e o senhor de Xerazade.Publicado em 1915 o Manifesto Anti-Dantas foi uma reação pública e veemente de Almada Negreiros contra a oposição crítica e conservadora ao movimento modernista português, aqui personificada por Júlio Dantas. A edição que agora se apresenta inclui um fac-símile da primeira edição e uma gravação inédita onde se pode ouvir este manifesto lido pelo próprio Almada Negreiros, bem como uma pequena entrevista concedida pelo autor, no decurso dessa leitura. Sara Afonso Ferreira assina a organização, apresentação e notas.Subiu dez andares para assim nos poder olhar de frente. Não lhe interessa o que dizem os dissidentes da ditadura. Mas confessa que gostava dos chocolates Toblerone que a sua tia lhe trazia no Natal. Colecciona cabelos nas folhas de um herbário sentimental. Escreve a palavra vazio depois da palavra espera. É como a Salomé — dizem — pede cabeças mas só lhe entregam pizzas. Perdeu a fé num ataque de riso. Exige agora silêncio e um copo de tinto, enquanto apresenta em directo a autópsia da sua glória.
Esta antologia, preparada e traduzida por João Moita e acompanhada por Antonio Gamoneda, segue a ordenação e a fixação dos textos de Esta Luz - Poesía Reunida (1947-2004), que o próprio poeta organizou, tendo-se juntado ainda cinco poemas de Canción Errónea, publicado em 2012. Depois da publicação de Livro do Frio na Assírio & Alvim, esta antologia apresenta ao leitor português uma visão panorâmica da obra de um dos maiores poetas espanhóis da actualidade.
terça-feira, 14 de maio de 2013
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