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O alcance – e possivelmente a concretização – das aspirações literárias de Fernando Pessoa não tem paralelo na história da literatura moderna. Porém, apesar de lhe ser amplamente reconhecido o estatuto do maior escritor de língua portuguesa do século XX, continua a ser um dos mais obscuros e menos compreendidos mestres do modernismo literário ocidental. O reconhecimento da grandeza e diversidade da sua obra, para além dos confins modestos de Portugal e de outros territórios de língua portuguesa, tem acontecido de forma lenta mas gradual, encontrando os seus escritos leitores e tradutores entusiastas através de muitas das fronteiras linguísticas do mundo. O aspecto imaginativo singular que permitiu a Pessoa a realização em poesia e prosa de um conjunto de outros escritores (imaginados) tem seduzido especialmente os seus leitores.
Composto por um conjunto de nove ensaios, «As Paixões de Pessoa» é o terceiro título da colecção Ensaística Pessoana.
O primeiro capítulo de «As Paixões de Pessoa» aborda o grande poeta modernista como escritor de carreira; isto é, como um autor que publicou com frequência e quantidade nas revistas e jornais do seu tempo. A este, seguem-se cinco capítulos sobre os eternos temas do sexo e da fama na obra e na vida do grande escritor modernista português, especialmente os modos como estes dois assuntos se prendem com a sua relação com escritores de língua inglesa, como, previsivelmente, William Shakespeare e Edgar Allan Poe, mas também outros poetas raramente associados a Pessoa, nomeadamente Arthur Hugh Clough e Ernest Dowson. O sétimo e oitavo capítulo abordam, primeiramente, o modo como os editores do periódico modernista Presença – José Régio, Adolfo Casais Monteiro e João Gaspar Simões – discutiram, definiram e promoveram Pessoa e, em segundo lugar, a escolha de Pessoa da esfinge como metáfora emblemática para um Portugal obstinado em contemplar o Ocidente. O nono capítulo consiste num conjunto de reflexões sobre as primeiras tentativas do autor de traduzir a poesia de Pessoa.
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