quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Inverno do Mundo

Autor: Ken Follett
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Depois do extraordinário êxito de repercussão internacional alcançado pelo primeiro livro desta trilogia, A Queda dos Gigantes, retomamos a história no ponto onde a deixámos. A segunda geração das cinco famílias cujas vidas acompanhámos no primeiro volume assume pouco a pouco o protagonismo, a par de figuras históricas e no contexto das situações reais, desde a ascensão do Terceiro Reich, através da Guerra Civil de Espanha, durante a luta feroz entre os Aliados e as potências do Eixo, o Holocausto, o começo da era atómica inaugurada em Hiroxima e Nagasáqui, até ao início da Guerra Fria. Como no volume anterior, a totalidade do quadro é-nos oferecido como um vasto fresco que evolui a um ritmo de complexidade sempre crescente.

Opinião:
Do conceito: Contar a História do século XX, entrelaçando histórias de cinco famílias atropeladas pela política conturbada é uma ideia formidável. Demasiado ambiciosa? Talvez, mas temos Ken Follett a contar e não deve haver melhor a juntar rigor histórico com pormenores quotidianos que nos aproximam das personagens. Neste segundo volume, a execução do conceito mantém a qualidade do primeiro.
Da História: Como sempre, há uma pesquisa exaustiva por trás do mais mundano dos acontecimentos. Para mim, um dos principais interesses do livro / saga, é ver contada a História pelos olhos do "povo". Especialmente, os acontecimentos alemães, desde a luta interna que os habitantes travaram até à descrença daqueles que confiaram na doutrina de Hitler e acabaram por ter o mesmo destino daqueles que se lhe opuseram. Após o final da guerra, há espaço ainda para nos chocarmos com a brutalidade usada pelos soldados russos em terras germânicas.
Da história: É preciso bastante planeamento para conseguir cruzar as vidas de duas gerações de cinco famílias distintas. Mais ainda, evitar que o leitor se perca no meio de tantos personagens. A primeira ajuda é uma lista de todos os intervenientes que antecede a história propriamente dita. O autor tem também o cuidado de nos ir relembrando quem é filho de quem, quem esteve casado com quem... Todo este intrincado lado humano é que confere o suspense ao livro, já que os restantes acontecimentos já sabemos como terminarão. Mas de cada vez que saltamos, por exemplo, da Rússia ao Estados Unidos, fica algo pendente que cria ansiedade no leitor e impele à leitura compulsiva.

Muito mais fica por dizer, claro, mas não tenho dúvidas de que será uma trilogia que ficará por muitos anos, necessitando apenas de leitores com a coragem para mergulharem nas quase mil páginas destes dois primeiros volumes. 
E cá ficamos a aguardar o terceiro...

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