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Vitorino da Piedade Nunes foi um dos mais célebres cadastrados portugueses. Entre polícias e ladrões, advogados e guardas-prisionais, era conhecido por Dillinger, em alusão ao gangster da América dos anos 30.
Instigado pelo próprio pai, o qual seria condenado pela morte do avô, Vitorino cometeu os primeiros crimes ainda na infância. Poucos portugueses passaram tanto tempo atrás das grades como ele. Depois de trinta anos a entrar e sair de prisões, voltou finalmente à terra natal, onde roubara os primeiros animais e fizera as primeiras patifarias, mas não para se redimir: o seu nome foi então envolvido em duas mortes.
Antes de morrer, em 2003, Vitorino deixou centenas de páginas onde contou episódios da sua longa carreira de marginal, descreveu conversas com quem o quis contratar para matar, anotou reflexões sobre a vida e elaborou uma infindável lista de truques que adoptava nos crimes para ser mais eficaz.
Baseado nesses escritos e narrado com o ritmo absorvente de um romance, Diários de um Gangster Português reconstitui a vida de um bandido implacável mas fiel a uma certa ética. Um homem que, no fim, conseguiu cumprir o seu maior desejo: morrer em liberdade.
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