terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Lacuna

Título: A Lacuna
Autora: Barbara Kingsolver
Editora: Clube do Autor

Sinopse:
México, 1935. Harrison Sheperd trabalha em casa do muralista Diego Rivera e da sua mulher, Frida Kahlo, com quem estabelece uma amizade profunda e duradoura. Por vezes cozinheiro, outras vezes secretário, mas sempre observador, o jovem regista todas as suas experiências em diários e cadernos. Quando o líder bolchevique Trotsky se refugia em casa dos artistas, Sheperd vê-se inadvertidamente impelido por ele e o seu objectivo de levar uma vida invisível fica pelo caminho. Mais tarde, de volta aos Estados Unidos, onde nasceu, Sheperd acredita que se pode recriar e reclamar a sua própria voz enquanto autor de romances históricos. Inesperadamente, vê-se vítima de um rumor, numa época dominada pela "caça às bruxas", que pode colocar a sua vida em risco… Um poderoso e importante romance acerca da identidade, da nossa ligação ao passado e do poder criativo e destrutivo das palavras.ganhou o Orange Prize for Fiction.

Opinião:
    Ler "A Lacuna" foi uma autêntica jornada. Escrito sobre a forma de um conjunto de diários de Harrison Sheperd, acompanhamos o seu crescimento, desde tenra idade. Sendo filho de pais com nacionalidades diferentes, começamos com um diário infantil, escrito num misto equilibrado entre inglês (traduzido para português) e espanhol, que conta o que esta criança vive de importante a cada dia. Sem amigos, separado do pai e com uma mãe pouco convencional, Sheperd avança no tempo ao mesmo ritmo que o mundo gira.
   Numa época conturbada da nossa história seguimos Sheperd pelo México nos empregos que vai arranjando de forma acidental junto de algumas personagens emblemáticas. Trotsky e Frida Kahlo privam com a nossa personagem principal de forma íntima e vamos conhecendo pela sua mão estas e outras personalidades.
   Depois de avançar bastante no livro é que se percebe o seu objectivo. Constuído de forma deliciosamente metódica, a autora conduz-nos através de Sheperd a conclusões deliciosas, fazendo da sua obra uma poderosa arma de crítica social sem que disso o leitor se aperceba.

   Apesar de ter sido uma leitura muito mais longo do que estou habituada, revelou-se uma leitura fantástica. Há algum tempo que não lia um livro deste género (talvez desde "Pequena Abelha") e achei a mesma muito refrescante. Um livro a ler se houver oportunidade. Irá acompanhar-vos e fazer despertar em vós conclusões que de outra forma não conseguiríamos ver tão claramente.

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