quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Evolução de Calpurnia Tate

Título: A Evolução de Calpurnia Tate
Autora: Jacqueline Kelly
Editora: Contraponto

Sinopse:
«O meu nome é Calpurnia Virginia Tate, mas, nesses tempos idos, toda a gente me tratava por Callie Vee. Nesse verão, tinha onze anos e era a única rapariga de um total de sete irmãos. Conseguem imaginar pior do que isto?»

O verão de 1899 é quente na adormecida cidade do Texas onde vive Calpurnia, e não há muitas maneiras eficazes de combater o calor. A mãe tem uma nova ventoinha comprada na cidade, mas a única alternativa que Callie encontra é cortar discretamente o cabelo, uns furtivos dois centímetros de cada vez. Também passa muito tempo no rio na companhia do seu irascível avô, um ávido naturalista, e descobre assim que cada gota de água está cheia de vida - nada como olhar através de um microscópio!
Ao mesmo tempo que Callie vai explorando o mundo natural à sua volta, consegue desenvolver uma forte relação com o avô, contornar o perigo que é viver com seis irmãos e aprender o que significa ser-se rapariga na viragem do século.
A autora estreante Jacqueline Kelly dá vida a Callie e à sua família, capturando um ano verdadeiramente invulgar com uma sensibilidade e sabedoria únicas.

Opinião:
Tenho muita dificuldade em conseguir classificar este livro. "A Evolução de Calpurnia Tate" é um livro incomum, pelo menos entre as minhas leituras. 
Delicadamente, pelos olhos de Calpurnia, assistimos ao desabrochar de uma menina de 12 anos, questionando convenções sociais e familiares com a naturalidade e racionalidade que aos 12 anos de vida assistem. Como bónus, vemos crescer o laço que a unirá ao avô, um homem extraordinário para o seu tempo, tudo isto no Texas rural, onde se aprende postura na escola e ninguém sabe o que ciência quer dizer.
Foi uma leitura pausada, que apreciei de igual maneira. Pensamentos inocentes iam levantando questões quase chocantes. Descobertas ínfimas iniciaram cadeias de acontecimentos de enorme importância. Calpurnia e o seu avô viveram meses fantásticos, sob o olhar cego da família e vizinhos que parecem mover-se a um ritmo completamente descompassado, lento, por vezes quase inexistente. 
Relembrei a minha infância feliz e despreocupada, numa aldeia perdida no norte do país e percebi como muito do que li se poderia adequar à minha própria realidade...

Um livro inesperado, muito agradável e, sem dúvida recomendado. Fazer pensar é o que, para muitos, torna um livro num bom livro. Este será um deles!

1 comentário:

  1. Postei algo no blog Predador da Noite que poderá ser do teu interesse :)

    Ass.: Administrador do blog Predador da Noite

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