A Talentosa Flavia de Luce

Título: A Talentosa Flavia de Luce

Autor: Alan Bradley

Editora: Planeta

Sinopse:

Um policial com um detective inesperado: uma menina de onze anos, com um feitio muito especial e um invulgar talento para fórmulas químicas. Estamos no Verão de 1950 e Buckshaw é a decadente mansão inglesa onde Flavia mora com a sua família, o pai viúvo, coleccionador obsessivo de selos, e duas irmãs, nem sempre muito simpáticas…

Com uma inteligência aguçada para a idade, Flavia vive num mundo próprio. Refugiada num velho laboratório vitoriano onde já ninguém vai, entretém-se a inventar venenos inofensivos que servem, no entanto, as suas pequenas vinganças domésticas.

Uma menina com cara de anjo mas alguma maldade…

Subitamente, Buckshaw é atingida por uma série de acontecimentos inexplicáveis. Um pássaro morto é encontrado no degrau da porta, com um selo de correio espetado no bico.

Algumas horas depois, Flavia descobre um homem caído no meio dos pepinos e vê-o exalar o seu último suspiro.

Para a pequena, que fica ao mesmo tempo chocada e encantada, a vida começa realmente a sério quando o homicídio chega à velha mansão. Uma pintura perspicaz do sistema de classes e da sociedade da época, A Talentosa Flavia de Luce é uma história de enganos magistralmente contada e um magnífico gozo literário

Opinião:

Quando este livro foi publicado, fiquei tão interessada que, de facto, senti as minhas glândulas salivarem! A capa era fantástica, a sinopse inesperada e as opiniões que fui lendo só serviram para, literalmente, aguçar o apetite. Qual não foi o meu espanto quando, por entre perdidos num alfarrabista, trouxe comigo a própria Flavia da Feira do Livro de Lisboa!

Não soube esperar por uma altura adequada, assim que arranjei um espacinho na minha pilha de leitura, dei inicio à jornada que, ainda não adivinhava, viria a ser a leitura deste livro. Os primeiros capítulos foram um espanto! Inusitados, espirituosos, apresentando ao leitor uma personagem principal cuja deliciosa essência resulta de uma meninice inocente combinada com requintes de malvadez que, prontamente, me conquistaram! Boas gargalhadas soltei com as travessuras deliciosas que a nossa heroína conjecturou. E então, aconteceu o inesperado! Não arranjei tempo para continuar esta leitura como ela merecia... Trabalho a mais, talvez... Mas o que interessa é que desta falta de tempo resultou uma leitura arrastada que em nada combina com o livro em questão.

Finda a tarefa, sei que foi este facto que "matou" para mim muito do encanto do livro, quebrando o ritmo e dissolvendo muito do suspense. 

Gostei muito, mesmo assim, reconhecendo ao autor o mérito que teve conseguindo que uma criança desvendasse o mistério (muito ao estilo de outras leituras da minha juventude), mas que o fizesse de uma forma absolutamente... Refrescante!

Fico com vontade de ler também o segundo volume com esta protagonista já publicado em Portugal. Será um livro que agradará a leitores mais jovens, embora estes não apanhem muitas das pérolas que o autor vai derramando ao longo das páginas e que, no que me diz respeito, tanto valorizam este livro.