Título: Hotel Lusitano
Autor: Rui Zink
Editora: Planeta
Sinopse:
Vinte e cinco anos após a primeira edição, só a citação de Eça envelheceu um século neste resumo, pois Hotel Lusitano continua a retratar-nos por inteiro e, se algumas rugas de expressão tiver, só lhe dão mais charme: são do sorriso.
Os quartos terão agora televisão, haverá um terraço-bar na cobertura, como observa, no prefácio à presente edição, esse americano que quase poderia ser protagonista chamado Richard Zenith. Mas neste Hotel Lusitano, o primeiro romance de Rui Zink, continuamos em casa, ao espelho.
Os quartos terão agora televisão, haverá um terraço-bar na cobertura, como observa, no prefácio à presente edição, esse americano que quase poderia ser protagonista chamado Richard Zenith. Mas neste Hotel Lusitano, o primeiro romance de Rui Zink, continuamos em casa, ao espelho.
Opinião:
Numa altura em que as dificuldades que o pais atravessa nos impelem a vários momentos de introspecção, surge a reedição do primeiro romance de Rui Zink, com uma visão surpreendentemente actual do nosso povo.
Uma reflexão dotada de uma actualidade perene que junta um romance com momentos intensos.
A ideia, mostrar como dois americanos aterrariam em Lisboa e que pensamentos lhes surgiriam sobre os nossos costumes, é interessante e pode ser explorada de inúmeras formas, variando entre o humor e o fatalismo. O autor explora ambas as vertentes e mais ainda, de forma bastante credível.
O sentido de humor é, como seria de esperar, um dos pontos mais fortes. O leitor terá várias oportunidades para se rir de si próprio, mas também para repensar no que nos torna únicos, no bom e no mau sentido.
Embrulhando toda a dissecção, temos as interacções entre os dois americanos e os portugueses que os recebem e que servem de tradutores, tanto da língua como dos costumes. Os romances e interacções que vão surgindo acabaram por representar, na minha opinião, um papel secundário no livro, servindo mais como um "aperitivo" de toda a divertida reflexão sobre os portugueses.
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