quarta-feira, 16 de março de 2011

O Messias

Título: O Messias
Autor: Marek Halter
Editora: Bizâncio

Sinopse:
David Reubeni diz-se general de um exército vindo do deserto, enviado por seu irmão José, o soberano do misterioso reino de Chabor. O seu projecto é arrojado: reunir na Europa um exército judeu que deverá tomar aos turcos a terra de Israel e constituir aí um reino judeu, devolvendo ao ocidente cristão o controlo dos lugares santos de Jerusalém. De olhar sombrio e aparente indiferença perante os clamores que suscita, este homem leva o seu projecto a Veneza; a Roma, à corte do papa Clemente VII; ao rei de Portugal D. João III; a Francisco I de França e até ao imperador Carlos V. Para os milhões de judeus europeus, perseguidos ou dificilmente tolerados, expulsos de Espanha, convertidos à força em Portugal, David Reubeni torna-se o Messias e por todo o lado a exaltação mística alimenta a lenda. Levará a bom termo o seu arrojado projecto? Escapará às apertadas malhas da Inquisição?

Opinião: 
O século XVI deverá exercer fascínio sobre qualquer um que se debruce um pouco sobre tudo o que se passava no Mundo nesses cem anos e nos que os rodearam. Pensem em tudo o que foi criado, todas as descobertas e as interacções interessantes entre o poder político e a religião, para além de todas as atrocidades que a Inquisição ia cometendo, o que nos aproxima do tema deste título. Tudo para explicar a vontade de ler "O Messias" e de observar mais de perto algumas batalhas travadas pelo povo judeu, um pouco esbatidas e esquecidas devido aos acontecimentos do século XX.
No século XVI, os judeus sofriam um pouco por todo o lado. Perseguições, conversões forçadas, isolamento. Qualquer povo exposto a este tipo de sofrimento, tentará encontrar a salvação final em qualquer projecto messiânico. E é neste ambiente de surge David Reubeni, um militar de carácter forte, com um projecto ambicioso de conseguir uma terra para o seu povo.
O mais curioso na sua jornada são as grandes reviravoltas que os seus planos sofrem causadas por actos intempestivos e irreflectidos de um português, Diogo Pires.
Trata-se de um romance histórico pesado, pelo próprio tema de que trata, mas que pode ser bastante cativante se tiverem a oportunidade de o ler em poucos dias, sem que a leitura se arraste por demasiado tempo.
O autor fez uma pesquisa exaustiva, aumentando o interesse do livro, especialmente nos fragmentos passados no nosso país, bastante bem caracterizado com vários factos curiosos.

Um livro que deverá atrair, principalmente, os interessados no tema e que deixa vontade de aprender ainda um pouco mais sobre o período visado.

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