Com 35 anos de autonomia política, Governo próprio e grossas transferências do Orçamento de Estado, a que se juntam 25 anos de generosos fundos comunitários, a Madeira modernizou-se por fora mas não se desenvolveu por dentro. Apostou no betão (que trouxe grossos benefícios a uma clientela restrita) e «esqueceu-se» do resto. Isto é: tem vias rápidas e túneis, que impressionam turistas e jornalistas apressados, mas apesar de nenhuma região do país ter recebido, proporcionalmente, tanto dinheiro do exterior, a Madeira, ao fim de 35 anos de maiorias absolutas do PSD-M, continua a ser, como antes, uma das regiões mais atrasadas de Portugal, com o maior número de pobres, a maior percentagem de analfabetos e de abandono escolar, as maiores desigualdades sociais, o maior número de funcionários públicos. Sem indústria, sem agricultura, sem pescas, está de novo a braços com um desemprego e uma emigração maciços.
Com a agravante de o regime criado por Jardim ser um simulacro da democracia, uma mancha negra no Portugal de Abril.
Descubra quem é, no concreto, Alberto João Jardim. Como chegou ao Poder e nele se mantém. Conheça por dentro o regime, a sua ligação com a Igreja, a Justiça e os media, a teia que criou, a subsídio-dependência generalizada na ilha. Saiba quem é quem no jardinismo, medite na linguagem desbragada do chefe máximo e na sua frustação por não conseguir dar o salto da ilha. E interrogue-se quanto ao silêncio e à inacção dos sucessivos ocupantes de Belém e São Bento – e, sobretudo, quanto à cumplicidade do PSD nacional.
sábado, 26 de março de 2011
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