A Rosa Rebelde

Título: A Rosa Rebelde

Autora: Janet Paisley

Editora: Bizâncio

Sinopse:

Numa época em que a guerra civil dividia a nação, Anne acreditou que podia bater-se com os melhores guerreiros. Pela espada. Por convicção. Por paixão. A Rosa Rebelde conta-nos a fascinante e turbulenta história de uma notável figura histórica, Lady MacIntosh, que ficou conhecida como coronela Anne. Foi uma heroína das Terras Altas da Escócia, uma encantadora rebelde, uma Braveheart que arriscou tudo, incluindo a sua vida, por amor ao seu país e ao seu rei. Fruto de uma cuidada investigação histórica, e com notável mestria, Janet Paisley criou uma extraordinária história de amor, conflito, lealdade e traição que se lê compulsivamente. Uma sensual aventura histórica, repleta de emoção, protagonizada por uma heroína apaixonada e irresistível.

Opinião:

Este livro cumpre, e supera, tudo o que nos promete com a sua sinopse sugestiva. Anne é uma mulher completa: personalidade forte, corajosa, apaixonada, carinhosa, solidária, insegura e rancorosa, entre tantas outras características que a tornam tão única. Esta é a sua história, mas não só: esta é a história do seu povo - o povo escocês - que já não existe, uma vez que os ingleses fizeram questão de os extinguir.

Com a leitura deste livro fui invadida por uma panóplia de emoções geralmente demasiado fortes para conter (e ele é testemunha dos meus amuos, resmungos, blasfémias e gargalhadas soltas enquanto a sua leitura durou). Apaixonei-me pela cultura escocesa como nunca pensei que viesse a acontecer! Na capa do livro, comparam Anne a Braveheart, mas este livro é muito mais do que isso! Contando a história de Anne, a autora presta homenagem à Escócia que nunca chegaremos a conhecer (eu estive por lá, acho que sei o que estou a dizer). Recontando a história da última insurreição jacobita, Janet Paisley traz perante nós o que os ingleses pretenderam abafar: uma cultura diferente, em que as mulheres têm um estatuto semelhante ao dos homens; velhas tradições celtas que deram origem aos costumes dos clãs; paisagens agrestes povoadas por um povo que é parte delas, vivendo da natureza e tendo a Vida como principal riqueza; um povo com fome pelos impostos que outra gente lhes impõe pela força; gentes valentes que lutam pelo dia-a-dia a que têm direito.

Fiquei de tal forma empolgada que ontem não adormeci enquanto não acabei o livro (há muito tempo que não acontecia) e foi com lágrimas nos olhos que me deitei com o peso da realidade presente nesta obra romanceada a moer-me o coração.

Não percebo este livro como passou tão ao lado dos leitores quando foi lançado. Mais do que recomendado, acho que este é um livro obrigatório não como obra prima da literatura, mas como testemunha de uma história que merece ser lembrada, contada e ampliada pelos tempos.