segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nova entrevista a Martin S. Braun - Autor de "Alex 9"

    Com a publicação do segundo volume da trilogia "Alex 9", Martin S. Braun teve a amabilidade de responder a algumas perguntas do Páginas Desfolhadas. Mais uma vez, na sequência da leitura deste novo volume, eis o que o autor nos contou:

Páginas Desfolhadas: Sentiu a mesma ânsia para começar a escrever o terceiro volume como nós sentimos para lê-lo?
Martin S. Braun: Acho que sim. Eu tenho sempre ânsia de começar os meus projectos de escrita. Infelizmente, pouco depois de começar é que começo a ver os problemas e as questões que se levantam e que, depois, desaceleram consideravelmente o desenvolvimento e conclusão dos textos.
Fico muito contente por as pessoas ansiarem o terceiro volume. Estou cheio de vontade de o publicar e de ouvir as primeiras opiniões. Mas não posso facilitar o processo de escrita. Tenho de me assegurar que mantenho ou melhoro a qualidade. Odeio quando os finais das sagas são piores do que eu esperava, e não quero cometer esse erro. Dito isto, também espero não me atrasar e tê-lo pronto no primeiro trimestre de 2011 (sendo que depois demora sempre 2 a 3 meses a publicar).


PD:
Terminado o segundo volume e talvez já a escrever o terceiro, sente evolução na escrita?
Torna-se mais fácil e fluido ou aumenta a sua própria exigência?
MSB: Já escrevo há muitos anos e se calhar já cheguei ao ponto em que não consigo ver evolução deescrita. O que é que vocês acham?

Sinto, por outro lado, que com este volume tive mais oportunidade de desenvolver algumas linhas de narrativa que apenas foi possível introduzir no primeiro volume. E isso agrada-me sempre. As personagens ganharam carácter, pormenores de personalidade, vulnerabilidades, complexidade. E o enredo também. E isso é sempre interessante. Mas o ritmo manteve-se e, apesar das cenas de envolvência emocional, quase que posso dizer que o número de cenas de acção até aumentou.

Pretendo que o terceiro volume não largue o ritmo vertiginoso e até agora está a correr bem. Até é mais intenso, parece-me. Mas, como já disse, o sucesso de uma saga é marcado pelo seu final e portanto tenho de caprichar e amarrar muito bem todas as pontas, o que torna tudo mais difícil, uma vez que abri muitas portas no segundo volume.


PD: Há sempre várias cenas a ocorrer em simultâneo e a acção vai alternando vertiginosamente entre elas. No processo de escrita como faz para não se perder e saber em que ponto estão todos os acontecimentos a determinada altura?
MSB: As várias linhas de acção ocorrem como histórias próprias na minha cabeça, como se vários contos se entrecruzassem para fazer o romance. Por vezes, chego a escrever as diversas linhas em documentos separados. A maior dificuldade é, na realidade, manter coerência e equilíbrio quando estou a juntar as diversas partes. Aí, a minha preocupação passa a ser se estou a manter o suspense, se estou a manter o ritmo, se não ‘colo’ demasiado perto as partes de uma linha ou se não mantenho demasiado tempo quieta outra linha. Por vezes é interessante manter uma linha mais tempo fora da narrativa, por outro, pode criar desequilíbrios na cronologia. Passo muito tempo a experimentar as posições das linhas e é das questões mais complexas que tenho de resolver. Mas não sinto grande dificuldade em saber em que ponto estão os acontecimentos pois, como devem calcular, leio muitas e muitas vezes o texto à medida que estou a escrever, indo muitas vezes atrás, lendo os primeiros capítulos outra vez, às vezes até relendo o primeiro volume. É esse o trabalho.

PD: Pode aguçar-nos ainda mais o apetite para a leitura do último volume de Alex desvendando um pouco o enredo?
MSB: Este é o volume da resolução. Será que Alex e Dael sobrevivem ao desastre do final do segundo volume? Hehe… Agora a sério: este é o momento em que Alex vai finalmente descobrir quem é, o que esperam dela e em que tramas está envolvida. Com tudo o que isso implica. O seu romance com Dael também passará para outro patamar, agora que o casal se começa a conhecer melhor. Pierre e Kaoru Bach, por seu lado, ganharão outro protagonismo à medida que desvendam os segredos de Alex e Sanjuro Takahashi. As suas acções ainda vão ser mais importantes do que se possa pensar. Entretanto, o príncipe Jikard, que no primeiro volume era um rapaz assustado e que se tornou num guerreiro com provas dadas no segundo volume, tornar-se-á num verdadeiro líder. E, claro, dar-se-á a batalha final entre Brodom e o Império Tshiu. Entre Alex e os Irmãos da Noite de Sangue. No Fórum Bang! deixei um desafio aos leitores para criarem personagens que se tornem figurantes na batalha final. As inscrições ainda estão abertas. Corram! Participem!

PD: Como tem sido o feedback on-line a ambos os livros?
MSB: Tem sido surpreendentemente bom. Todas as críticas são óptimas. Neste país, só existe crítica literária destas áreas online. De modo que o feedback online é tudo. Por isso, espero que continuem como estão e estou a trabalhar arduamente para que o terceiro volume também seja acolhido desta forma.

2 comentários:

  1. Ainda não tive oportunidade de ler nenhum dos volumes, mas a história parece interessante e o autor parece bem simpático. Quando puder vou ler.
    E, bela entrevista!

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  2. Olá Ana:

    Sim, a história é bastante emocionante, intrigante e complexa! E o autor tem sido impecável no contacto com os fãs no geral, sempre disponível. A entrevista acabou por sair muito interessante, graças às respostas reveladoras do autor! Também pode ler a primeira que fizemos com ele!

    Boas leituras!

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