quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Guardião de Livros

Título: O Guardião de Livros
Autora: Cristina Norton
Editora: Livros d'Hoje

Sinopse:
Uma escrava muda conta um segredo guardado durante 200 anos; um escravo apaixona-se por quem não deve; uma carioca leva um português a descobrir as delícias do sexo; um cientista judeu a quem são confiados dois livros raros naufraga nas ilhas Malvinas. Estas são algumas das personagens deste romance, que nos narra a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um bibliotecário hipocondríaco que, em 1811, atravessa o Atlântico rumo ao Brasil acompanhado por 76 caixotes cujo conteúdo era verdadeiramente precioso: no seu interior seguia a Real Biblioteca do Palácio de Ajuda, inicialmente esquecida no cais de Belém aquando da saída apressada da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. A chegada ao Rio de Janeiro não foi fácil para Marrocos ao deparar-se com uma cidade onde nada o seduzia, - nem a comida, nem os cheiros, nem o calor - e com uma corte endividada, amante de cerimónias grandiosas e grosseira nos seus costumes diários. Mas tudo mudou quando conheceu Ana de Souza Murça. A autora descreve-nos uma vida rica em acontecimentos inesperados, onde a ironia se mistura com momentos comoventes.
Depois do sucesso de O Segredo da Bastarda Cristina Norton volta a deslumbrar-nos com o seu estilo expressivo e inovador assente numa pesquisa histórica séria. Este romance enfeitiçará e prenderá o leitor.

Opinião:
Um romance histórico, já à partida um género que me atrai, em que uma das personagens é a Real Biblioteca, não me poderia passar ao lado!
Logo nas primeiras páginas me agradou a escrita de Cristina Norton, descritiva, recorrendo a metáforas imaginativas, fluída, mas profunda. E assim, embarquei com Marrocos em direcção ao Brasil, numa época de crescimento à custa do trabalho escravo e de onde a Coroa governava o país estendida ao sol.
Todos os factos curiosos sobre a interacção escravos-senhores me aliciam imenso e me deixam com vontade de ir procurar mais. Especialmente as histórias dos escravos que trabalharam, compraram a sua liberdade e prosperaram no seu negócio naquele clima hostil.
Quanto ao nosso "guardador", é uma personagem riquíssima, que mostra os traços da sua personalidade nos traços da sua escrita nas cartas (verídicas) para a família. Envolve-se numa história amorosa que deveria ser frequente naqueles dias.
Guardo, deste livro, vontade de procurar mais sobre a época, porém tenho alguma pena de a biblioteca não ter sido ainda mais determinante para a acção.

Um romance que desce a sítios negros da nossa história, mas que nos deixa com vontade de nos embrenharmos um pouco mais.

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